Em livro, ex-colega de cela de Dilma Rousseff relembra tortura no regime militar

Ana Maria Ramos Estevão, professora universitária e ex-colega de cela de Dilma Rousseff no presídio Tiradentes, em São Paulo — onde ficou presa por sete meses, entre 1970 e 1971, enquanto a ex-presidente passou quase três anos detida — lançou pela editora 106 o livro “Torre das Guerreiras e Outras Memórias“, sobre as perseguições e torturas sofridas durante o regime militar.
Segundo a Folha de S.Paulo, de onde são as informações, naquela época, Ana Maria atuava no movimento estudantil, no apoio logístico a integrantes da ALN (Ação Libertadora Nacional), um dos principais grupos da luta armada no período.
Em uma parte da obra, a autora descreve as torturas sofridas logo após a prisão, como choques elétricos. “Deus não existe na tortura, ficamos sós, completamente. Solidão pior que a da morte.”
Dilma é citada em alguns momentos do livro. A ex-presidente é descrita como estudiosa e bem humorada. “Seu tom de voz era invariavelmente professoral e de comando, mesmo quando a gente não estava discutindo política.”
Dilma ainda aparece no prefácio da obra, onde diz que a ex-colega conseguiu encontrar pequenas alegrias e motivos para acreditar na humanidade “quando a rotina era a banalidade do mal”.
 


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