O presidente Jair Bolsonaro (PL) editou decreto que permite ministros viajarem de classe executiva em voos internacionais. Servidores de cargos de confiança de alto nível da http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração federal também foram contemplados com a medida. No total, são 520 pessoas beneficiadas.
O decreto foi publicado, ontem, no Diário Oficial da União. Segundo o texto, o bilhete em classe executiva poderá ser adquirido se o voo internacional for superior a sete horas, quando o passageiro for ministro de Estado ou servidor ocupante de “cargo em comissão ou de função de confiança de nível FCE-17, CCE-17 ou CCE-18 ou equivalentes”.
O documento é assinado por Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Por meio de nota, a Secretaria-Geral da Presidência disse que o objetivo é “mitigar o risco de restrições físicas e de impactos em saúde dos agentes públicos”. O Executivo afirmou, ainda, que o voo na classe executiva atenua “eventuais efeitos colaterais em face de deficit de ergonomia” que os ministros e servidores encontrariam na classe econômica.
Passagem na classe executiva costuma custar três vezes o valor da econômica. O economista Gil Castello Branco, secretário-geral da Associação Contas Abertas, frisou ser cada vez menor a necessidade de viagens de servidores para o exterior. “O presidente está preocupado com o conforto de uma cúpula do funcionalismo público neste ano eleitoral. A própria pandemia nos mostrou que é possível tratar de assuntos profissionais sem estar presente fisicamente”, argumentou.
Para o especialista, o decreto pode fazer com que cresça o número de pedidos de viagens para servidores e ministros. “Podemos assistir a um aumento da quantidade das diárias de valores pagos em função dessa facilidade do servidor de viajar para o exterior na classe executiva e usufruindo das diárias”, observou. A medida derruba decreto de 2018, editado pelo então presidente Michel Temer, segundo o qual servidores só viajariam para o exterior em classe econômica.
Parlamentares usaram as redes sociais para criticar. “Bolsonaro acaba de liberar classe executiva a seus ministros e servidores em voos para o exterior. (…) A mamata não acabou”, escreveu a deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP). O deputado Paulo Ganime (Novo-RJ) postou: “Mais uma decisão na contramão do que o país precisa, o presidente aumenta mais uma vez os privilégios da classe política. Precisamos de economia, de corte de privilégios, de acabar com o fundão, com as emendas parlamentares. Essa deveria ser a prioridade!”
Fonte: Correio Braziliense