Documento assinado por representantes de mais de dois mil municípios cobra do Ministério da Saúde apoio na estruturação da rede de atendimento básico de saúde, a fim de combater a crise sanitária, causada pelo aumento de cacos de covid-19 e de influenza, que começa a recrudescer. Entre as solicitações do Consórcio Conectar, está a implementação de estruturas adequadas de testagem para tentar conter a infecção e a circulação de novas variantes do novo coronavírus — como a ômicron, que fez a primeira vítima fatal no país. O grupo reivindica, ainda, o reforço do envio de testes de antígeno e suporte com estruturas de testagem.
A média de casos de covid-19 está em alta há mais de uma semana, registrando cerca de 12.391 registros por dia — aumento de 318% na comparação com a média de duas semanas atrás. Diante desse cenário, somado às infecções pelo vírus da influenza e do “flurona” (junção de coronavírus e influenza), o documento encaminhado ao secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz, solicita apoio para o enfrentamento da crise sanitária que começa a sair de controle.
Para o presidente do consórcio e prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, a queda do distanciamento social vem sendo abandonado e tende a piorar devido à chegada do verão e à ansiedade pela retomada da “vida normal”. “Acreditamos que a testagem rápida da população é o caminho para identificarmos com a velocidade necessária as pessoas que precisam ser isoladas e acompanhadas”, disse.
O documento alerta que, devido à intensa demanda por atendimento ambulatorial, há registros de estoques zerados de medicamentos nas redes públicas e privadas. É o caso da medicação antiviral Oseltamivir — comercializada como Tamiflu, para o tratamento de casos graves de influenza. O consórcio pede novas remessas ou recursos para a aquisição.
Vacinação pediátrica
Depois do anúncio da autorização do Ministério da Saúde para que crianças de 5 a 11 anos sejam vacinadas contra a covid-19 sem a exigência de prescrição médica, as secretarias de saúde municipais começaram a divulgar o planejamento que farão do novo calendário de imunização — confira a lista por região do país em https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2022/01/4975658-estados-se-preparam-para-inicio-da-vacinacao-de-criancas-contra-covid-19.html.
Segundo o governo federal, as duas doses devem ser aplicadas no intervalo de oito semanas, prazo superior aos 21 dias especificados na bula do imunizante da Pfizer, o único liberado até o momento para a faixa etária.
Mas, independentemente da retirada de exigência de prescrição médica para vacinação do público infantil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi convocado a comparecer na Comissão Representativa do Congresso para prestar esclarecimentos sobre a demora e as barreiras colocadas para imunização pediátrica. O requerimento foi assinado, ontem, pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
“Acreditamos que a testagem rápida da população é o caminho para identificarmos com a velocidade necessária as pessoas que precisam ser isoladas e acompanhadas”
Gean Loureiro, prefeito de Florianópolis e presidente do Consórcio Conectas, cobrando empenho do governo federal no combate à nova crise sanitária que começa a se aprofundar
Defesa Civil alerta que chuvas ainda preocupam
As enchentes do Sul da Bahia e do norte de Minas Gerais deram trégua nos últimos dias, mas ainda preocupam a população e as autoridades. Em entrevista ao programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília —, o coronel Alexandre Lucas, secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, destacou o papel do governo na proteção da comunidade. “A ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda que o poder público é obrigado a alertar as pessoas sobre os riscos que elas correm. Então, o governo precisa ter institutos de meteorologia competentes e emitir os alertas com oportunidades”, explicou. A Defesa Nacional capacitou 1,4 mil profissionais para atuar em situações de desastres. Também foi feito um treinamento de recebimento de alertas, no qual 386 pessoas foram capacitadas em Minas Gerais e 57 na Bahia. Lucas ainda ressaltou que a população deve ser responsável pela autopreservação. “O município precisa estar preparado para educar as pessoas a perceberem o risco e adotar medidas de autoproteção”, afirmou.