Serial killer do Grindr é preso, mas põe Polícia e aplicativo em xeque

Um júri, que avaliou a competência da Polícia Metropolitana de Londres, decidiu na sexta-feira (10) que houveram “falhas” na investigação dos crimes cometidos por Stephen Port por meio do aplicativo Grindr – geralmente utilizado por pessoas LGBTQIAP+. Segundo o inquérito, se as autoridades não tivessem cometido tais gafes, as vítimas do serial killer ainda poderiam estar vivas. Ao todo, Stephen assassinou quatro pessoas: Anthony Walgate, Gabriel Kovari e Daniel Whitworth e Jack Taylor, todos homens e homossexuais.
Segundo o júri, que vem recebendo evidências nas últimas 10 semanas, os policiais não deram a devida atenção à primeira vítima de Stephen, Anthony Walgate. O rapaz foi encontrado morto em junho de 2014, em frente à sua casa. À época, o próprio assassino chamou a polícia e alegou ter encontrado o jovem na rua, enquanto voltava para sua residência. Em sua condenação, Stephen foi punido por mentir às autoridades, entretanto, na época do assassinato ele não foi tratado como suspeito.

Após ser detido, a polícia confistou o laptop do assassino, no hardware foram encontradas conversas de Setephen e Walgate no aplicativo Grindr, além disso, foi possível saber que o rapaz morreu por conta de uma dose fatal de GHB, uma droga psicodélica que diminui os sentidos de quem a usa. “Acreditamos que houve falhas fundamentais nessas investigações desde o início, que pensamos que eram de nível básico, que implicitamente impactaram a investigação em seu ponto de partida”, diz um trecho do comunicado do júri, que acrescenta. “O fato de que as linhas básicas de investigação não foram seguidas levou a uma investigação inadequada e, em última análise, deixou perguntas sem resposta. Mesmo depois disso, muitas oportunidades se apresentaram para rastrear e corrigir os objetivos que faltavam. Isso não foi conduzido”.
Stephen Port assassinou mais três vítimas, todas usando GHB, mas demorou até a morte do quarto jovem para que a polícia tratasse as mortes como suspeitas e conectadas. Questionado pela Juíza Sarah Munro se o fato de a polícia não ter verificado Stephen Port no banco de dados genéticos afetou a solução do caso, o júri definiu. “Provavelmente contribuiu para a morte de outras três vítimas”. A assessoria do aplicativo Grindr, até o momento, não se posicionou sobre o assunto.


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