Policial militar se apresentou na DHPP nesta terça (21) com um advogado. No depoimento, militar afirmou que agiu em legítima defesa após José Célio Silva desobedecer ordem de parada e tentar feri-lo com um canivete.
Briga entre casal termina com marido de PM morto em Rio Branco.
A Polícia Civil ouviu, na manhã desta terça-feira (21), o policial militar que atirou e matou José Célio Pereira da Silva, de 34 anos, na madrugada de domingo (19) no bairro Bosque, em Rio Branco. O servidor público se apresentou na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) com um advogado.
No depoimento, o militar afirmou que tentou conter Silva durante a confusão, mas ele teria reagido e tentado feri-lo com um canivete. Por isso, o PM atirou contra o homem.
“As pessoas que estavam no local tentaram conter ele, mas estava com uma faca, atingiu essas pessoas e no momento dessa confusão tinha o policial militar. Tentou conter o homem, deu voz de prisão, mandou soltar a arma e, segundo o depoimento do militar, a vítima teria ido para cima dele com uma faca, momento em que efetuou os disparos e atingiu ele”, confirmou o delegado responsável pelo caso, Leonardo Ribeiro.
A confusão começou quando José Célio Pereira da Silva, bateu na mulher dele, que é policial militar, próximo a uma casa noturna. Pessoas que estavam no local se revoltaram e tentaram ajudar a mulher.
Porém, José Célio Silva teria se alterado, puxou um canivete e passou a ferir quem se aproximava. Um policial à paisana que estava no local também tentou ajudar, mas o homem teria reagido e foi morto com pelo menos dois tiros.
A vítima morreu no local do crime. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada, mas, ao chegar no local, o homem já estava morto.
A policial militar permaneceu no local e prestou os esclarecimentos. Já o PM que atirou em José Célio Silva falou que chamou o atendimento médico para o homem e a Polícia Militar e saiu do local.
“Se apresentou com advogado e agora vamos ouvir outras testemunhas para saber se agiu em legítima defesa ou teve algum excesso. Isso vai ser durante as investigações que iremos saber. No depoimento fala que se identificou como policial, a vítima não obedeceu e foi para cima dele com uma faca”, complementou Ribeiro.
O delegado destacou ainda que intimou a mulher da vítima a prestar esclarecimentos. Ela deve ser ouvida nesta quarta (22). A polícia ainda não sabe o que motivou a briga entre o casal. O militar foi ouvido e liberado.
Mulher cai no chão após ser agredida — Foto: Reprodução
Vídeo mostra confusão
Um vídeo gravado por populares em frente ao estabelecimento mostra a confusão. Nas imagens, várias pessoas gritam pedindo que o suspeito não agredisse a mulher. Durante a confusão, a militar tenta agredir o companheiro, que é puxado por alguns rapazes. Silva consegue se soltar e dar um soco na PM.
Nesse momento, um homem que está próximo começa a agredir José Célio da Silva. As imagens seguem mostrando algumas pessoas gritando e revoltadas com a situação. Alguns rapazes tentam segurar o suspeito, mas ele se solta e tenta avançar na mulher novamente.
Agitado, o marido da militar corre em direção a um grupo de homens quando aparecem, do outro lado da rua, três rapazes vestidos de preto. Um deles parece sacar uma arma, corre em direção de José Célio da Silva, aponta a arma e, segundo depois, são ouvidos dois disparos.
Foi então que o policial teria efetuado um disparo contra Silva, que continuou avançando em direção a ele e foi disparado um segundo tiro.
Nota da PM-AC
Em nota, divulgada na tarde de domingo, a Polícia Militar informou que uma guarnição do Primeiro Batalhão (1° BPM) foi acionada via 190 para atender a ocorrência, mas no local apenas constatou o óbito.
A arma branca, usada pelo homem, foi entregue por populares aos policiais militares que atenderam a ocorrência, que a entregaram à Polícia Civil.
“Quando a guarnição chegou para o atendimento da ocorrência, o homem que efetuou os disparos não se encontrava mais no local”, diz a nota.
A guarnição militar isolou o local e acionou os peritos criminais. O corpo do suspeito foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) da capital acreana.