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Homem que matou esposa após ela descobrir traição vai a júri popular em Rio Branco

O acusado Hitalo Marinho Gouveia, que confessou ter matado a própria esposa, Adriana Paulichen, de 23 anos, em julho deste ano vai a júri popular. Desde 19 de outubro, o processo ficou em segredo de Justiça, mas a informação foi confirmada pelo promotor do caso, Efrain Enrique Mendoza.
Ele não pode detalhar nada sobre as provas do processo, porém já havia falado estar confiante de que Gouveia vai a júri popular. O processo está tramitando na 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Rio Branco.
Adriana foi morta com duas facadas e por estrangulamento no dia 9 de julho deste ano após descobrir a traição do marido. Além de Gouveia, testemunhas também foram ouvidas na prieira e segunda audiência.
“Fico satisfeito, ele foi pronunciado de acordo com a denúncia oferecida e será levado a júri e, em nome do Ministério Público, tenho esperança que a sociedade acreana, principalmente a rio-branquense possa fazer de fato um bom julgamento a fim de dizer não ao feminicídio. Não posso dar mais detalhes, porque o processo está em segredo de Justiça, mas a setença de pronúncia é pública”, destaca o promotor.
O réu deve ser julgado por feminicídio com recurso que dificultou a defesa da vítima, como pediu o MP-AC, mas ainda não há data para o júri. A defesa de Hitalo não se posiciona publicamente sobre o caso.
Aparelhos analisado
No começo de setembro, o juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco e Auditoria Militar, autorizou a quebra do sigilo telefônico do acusado e também da vítima para esclarecer melhor o fato, já que os dois estavam brigando dias antes do crime.
O juiz determinou que os aparelhos fossem encaminhados ao Instituto de Criminalística para levantamento das conversas no aplicativo WhatsApp, com atenção aos contatos com a mulher que ele estaria mantendo um caso, e mais três pessoas específicas e qualquer outro contato, que tratem sobre as agressões que ocorreram na noite do dia anterior e o caso extraconjugal mantido por ele.
O documento pedia ainda que fosse levantada a relação de ligações efetuadas, recebidas no dia do crime e nos dois dias que o antecederam, constando o dia, horário e, se possível, o nome do contato, no caso desse estar cadastrado nas agendas dos telefones. Na mesma decisão, o juiz também manteve a prisão de Gouveia.

Declarações em redes sociais
Nas redes sociais, Hitalo se declarava constantemente para a mulher. O casal, inclusive, gostava de usar blusas de super-heróis. No ano passado, quando completou dois anos de casada com Hitalo, ela escreveu:
“Parabéns para nós, que essa data se repita por mais mil anos e que em todos eles estejamos juntos. Te amo como nunca amei nada no mundo e esse amor cresce mais a cada dia. Obrigada pelas flores lindas e pelo presente que amei e por ser sempre tão gentil, romântico e atencioso, um príncipe que Deus colocou na minha vida”, publicou Adriana em seu Facebook.
 

Nas redes sociais, Hitalo se declarava para a mulher — Foto: Reprodução


Andréia Paulichen, irmã da vítima, é quem cuida do filho dela atualmente, diz que custa acreditar em tudo que aconteceu.
“Ela foi assassinada por alguém que dizia que a amava, que postava em suas redes sociais declarações, dizendo que ela era o amor da vida dele. Alguém que se vestia de super-herói e acredito que era assim que ela tinha ele: como um super-herói. Era assim que eles se vestiam; com camisetas de super-heróis”, lamenta.
 


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