Detido no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, Wanderson Mota Protácio, 21 anos, aguarda por julgamento da justiça. O criminoso é acusado de matar a companheira grávida de 4 meses, a enteada de 2 anos e 9 meses e o vizinho de 73 anos. A previsão é que Wanderson passe por audiência de custódia nesta segunda-feira (6/12), de acordo com informações da Administração Penitenciária de Goiás.
Atualmente, o assassino confesso está em uma cela isolada dos demais detentos, seguindo a determinação da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). O anúncio da medida foi feito ainda no último sábado (4/12) pelo titular da pasta, Rodney Miranda. “Determinei para arrumar uma sala para ele, ele vai ficar, em princípio, sozinho, em Aparecida”, explicou o secretário.
Ao Correio, Rodney falou sobre a decisão de manter Wanderson isolado. “Criminosos que cometem crimes contra mulheres e crianças, e principalmente tentativa de estupro, ficam em principio de seguro. Outro fator é que ele é um sujeito de alta periculosidade, e celas de segurança máxima já são, geralmente, individuais”, destaca.
Durante coletiva de imprensa realizada após Wanderson ter se entregado à polícia, Rodney destacou que “quem o obrigou a tomar essa decisão foi a situação de estratégia montada pela polícia”. “O cerco foi apertando cada dia mais e ele sabia que estava sem alternativas”, garante.
Desde o último domingo (28/11), quando matou a companheira, a enteada e o vizinho em Corumbá de Goiás, Wanderson está foragido. Na fuga, ele passou por Alexânia, Abadiânia e Gameleira.
Denúncias
Titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais, Rafaela Azzi, explicou ao Correio que Wanderson tinha à disposição água e alimentos. “A região em que ele estava havia água, moradias abandonadas e disposição de frutas, que podem ter o ajudado, como manga, goiaba e seriguela. Ainda assim, quando ele pediu acolhida na casa (de Cinda, mulher que o convenceu a se entregar), ela relata que ele estava esfomeado e que comeu muito vorazmente”, pontua Rafaela.
Tenente-Coronel Comandante do Batalhão Rural da Polícia Militar de Goiás, André Luz de Carvalho, destaca que o trabalho desenvolvido pelo Batalhão colaborou na eficiência das buscas pelo foragido. “Temos uma metodologia que se baseia no cadastramento dessas propriedades (rurais), que seria basicamente o endereçamento de cada propriedade rural que visitamos. Ela recebe uma placa de georreferenciamento. Também envolvemos o produtor rural em grupos de mensagens, para tornar ele um promotor de segurança pública”, destaca.
Em relação a ajuda da população, André destacou que, em comparação com o caso Lázaro, as denúncias das buscas por Wanderson foram mais assertivas. “O número de denúncias foi bem menor, e todas elas foram devidamente checadas. Mas essa ajuda da população continua sendo uma ferramenta importante”, avalia.
Fonte: Correio Braziliense