Com chuvas acima do esperado e aproximação de possível cheia do Rio Acre, a Defesa Civil de Rio Branco já deu início às ações do plano de contingência e monitora 10 bairros da capital.
Ao todo, 581 famílias já foram entrevistadas pelo órgão e, segundo o coordenador Cláudio Falcão, 90% informaram precisar de abrigo público em caso de enchente este ano.
Entre os bairros monitorados estão: Ayrton Senna, Baixada do Habitasa, Cadeia Velha, Seis de Agosto, Taquari, Triângulo Novo, Base, Palheiral, Aeroporto Velho e Cidade Nova.
“Dentro do plano de contingência temos a questão de monitoramento dos bairros, fizemos já o cadastramento de dez bairros, fazendo levantamento de quantas famílias podem ser atingidas nessas localidades e o que fazer com elas. Por isso, verificamos se elas têm casa de parente para ir em caso de enchente ou se precisam de abrigos públicos. Pouquíssimas famílias dessas que cadastramos têm um lugar para onde ir”, disse Falcão.
Para todo o mês de dezembro são esperados 262 milímetros de chuva e, segundo os dados da Defesa Civil, até esta terça-feira (28), o acumulado de chuva já ultrapassa os 500 milímetros. Além disso, a previsão é que até o dia 31, último dia do ano, chova mais 60 milímetros, ou seja, o mês de dezembro fecharia com quase o dobro do esperado.
Com o aumento das chuvas, o nível do Rio Acre também elevou nos últimos dias. Nesta terça, o manancial marcou 8,78 metros, e está a 4,72 metros da cota de alerta, que é de 13,50 metros e a pouco mais de 5 metros de transbordar. Nessa mesma data no ano passado, o rio estava marcando 8,36 metros e em 2019 estava em 10,24 metros.
“Temos ainda previsão de muita chuva para os próximos meses, janeiro e fevereiro, por isso a questão da inundação é praticamente impossível de não acontecer. Diante disso, nós já preparamos o Parque de Exposições para nos próximos dias a gente comece a construção dos abrigos”, afirmou o coordenador.
Cheia em 2021
No início deste ano, a cheia do Rio Acre em Rio Branco chegou a atingir mais de 13 mil pessoas e deixou pelo menos 129 famílias desalojadas e outras 75 desabrigadas.
No dia 22 de fevereiro, o governador Gladson Cameli decretou calamidade pública em dez cidades do Acre. No mesmo dia, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o estado de calamidade nos municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves.