CASO ÁTILA: Cadastro de médica de Porto Velho foi utilizado para “matar” biólogo


Uma invasão do cadastro do biólogo Átila Iamarino, no CadSUS, foi exposta no dia 9 de novembro, quando ele viu que seu nome, nacionalidade e filiação estavam alterados no certificado de vacinação contra a Covid-19.
O responsável pela alteração, que não teve o nome divulgado, também declarou que o divulgador científico estaria morto.
Em conversas com uma fonte que trabalha na Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), o Rondoniaovivo conseguiu apurar que o cadastro de uma médica que trabalha na Maternidade Municipal Mãe Esperança, em Porto Velho, foram utilizados para alterar os dados do biólogo Átila Iamarino, no CadSUS.
Segundo ele, que ficou famoso por dar explicações simples de como o vírus da Covid-19 age nos seres humanos, o Ministério da Saúde já está investigando o caso, que misturou ofensas envolvendo o nazismo, xenofobia (preconceito contra estrangeiros, no caso chineses) e indígenas.

“A alteração foi feita com a credencial (agora bloqueada) de um médico de Porto Velho, que também me marcou como morto, fez apologia nazista e outras ofensas. Agradeço a resposta”, escreveu Átila em postagens no Twitter.
A funcionária da Semusa falou ao Rondoniaovivo que pode ser fácil descobrir quem fez as alterações para ofender o biólogo.
“Esse sistema é auditado, sabemos todos os movimentos de quem fez e o que fez. Porém, é comum que os profissionais compartilhem seus cadastros com membros da sua equipe. Mas aqui aparece como sendo uma médica, da Maternidade Municipal Mãe Esperança. É o que posso revelar”.
Detalhes
Após receber uma solicitação de Átila, o Ministério da Saúde identificou o autor da falsificação e corrigiu suas informações no ConecteSUS e no CadSus, ferramenta de cadastro conectada à utilização de serviços de saúde.
Segundo o biólogo, a alteração só foi feita quase um mês depois de ser descoberta e divulgada por ele.
Átila ainda explicou que o responsável pela fraude usou uma VPN – rede privada virtual – para conseguir acesso ao sistema do Ministério da Saúde simulando estar em Brasília, mas seu verdadeiro endereço acabou ficando gravado com os dados de acesso.
Ele também mostrou preocupação com a quantidade de pessoas que tem acesso ao sistema do SUS, questionando se todos os cadastrados no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) podem editar as informações, destacando ainda que o perfil do médico suspeito pode ter sido utilizado por terceiros.
“Isso foi feito com essa credencial, não necessariamente pela pessoa dona dela. Ainda estamos vendo os próximos passos com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e em relação ao responsável pela credencial ou quem usou ela”, completou.
Respostas
O Ministério da Saúde divulgou que “tomou as providências necessárias para abertura de processo junto às autoridades competentes para devida investigação”.
Cabe esclarecer que as credenciais do operador responsável são bloqueadas sempre que uma irregularidade é identificada e os dados das vítimas são prontamente corrigidos e atualizados”, destacou a pasta, orientando ainda que as pessoas entrem em contato com o número 136 para pedir correção de qualquer dado no ConecteSUS.
O Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) informou ao Rondoniaovivo que não vai se manifestar, pois não há nenhuma denúncia oficial formalizada na corregedoria do órgão.


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