Os baianos Wagner Moura, Caetano Veloso e Daniela Mercury denunciaram, na última terça-feira (14), a censura no Brasil à Comissão Interamericana de Direitos Humanas (CIDH). A CIDH é um órgão independente da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os três apontaram censura à produção artística durante a gestão de Jair Bolsonaro no setor cultural.
Wagner Moura, diretor de “Marighella” – filme brasileiro mais visto desde o início da pandemia -, citou as dificuldades para a exibição do longa no país. O filme estrearia em 20 de novembro de 2019, dia da Consciência Negra. Em agosto, porém, a Agência Nacional de Cinema (Ancine) negou a antecipação da verba de complemento para viabilizar o lançamento.
Naquele ano, Bolsonaro falou que colocaria um “filtro” na agência para a aprovação de projetos.
Marighella estreou no Brasil apenas no início de outubro deste ano.
Já Caetano Veloso relembrou a sua prisão, na época da ditadura em virtude do AI-5. O cantor disse que “dói muito ver gente indo a rua pedindo a volta” do regime.
Daniela Mercury exigiu uma reação. A cantora considerou que “a nova política pública inaugura um tipo inédito de censura, que impede a livre manifestação artística ao negar o financiamento público”.
A audiência foi marcada a pedido do Movimento Brasileiro Integrado pela Liberdade de Expressão Artística (Mobile).