Em sua trajetória como técnico da Polônia, Paulo Sousa passou do status de criticado, tendo sua demissão pedida por dirigentes, a “objeto de disputa judicial”, ventilado estágio do português que assinou com o Flamengo até dezembro de 2023. As arestas foram aparadas, a multa rescisória quitada e, agora, o comandante já trabalha nos bastidores para o seu maior desafio profissional por um clube, como análise de números e características físicas e táticas do plantel, ciente da pressão por resultados imediatos.
Foram 15 jogos de Paulo Sousa no comando da Polônia desde março, com seis vitórias, cinco empates e quatro derrotas. O revés diante da Hungria, em casa por 2 a 1 na rodada final da fase de grupos das Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2022, no Qatar, fez com que dirigentes da federação polonesa pressionassem o presidente Cezary Kulesza pela demissão, o que não ocorreu à época.
Essa foi a última partida da seleção da Polônia, que, por conta do resultado, disputará a repescagem para o Mundial contra o Rússia, em março, e, caso avance, enfrentará o vencedor de Suécia ou República Tcheca por uma vaga. Mais do que os resultados, as escolhas de Paulo Sousa foram questionadas, causando turbulência em sua trajetória.
O presidente, contudo, manteve o técnico no cargo. Na época, em novembro, Cezary Kuleska tornou público que havia uma cláusula no contrato de Paulo Sousa de prorrogação caso a equipe consiga a classificação para a Copa do Mundo. Porém, havia deixado em aberto o futuro do treinador em caso de insucesso.
Desde que o acordo com o Fla foi encaminhado, Paulo Sousa já foi chamado de “desertor” em capa de jornal local. A decisão ainda surpreendeu Robert Lewandowski, e gerou críticas de Marcin Gortat, polonês que jogou na NBA.
Quanto a trabalho ligado ao Brasil, Paulo Sousa já foi auxiliar de Luis Felipe Scolari nos tempos em que o brasileiro comandava a seleção portuguesa, mais precisamente na Euro de 2008. Agora, sem um currículo de peso nos clubes por onde passou, terá de mostrar cacife de imediato e, ciente disso, já valorizou a “cultura da vitória” e iniciou os planejamentos de treinos, depois de conversas por videoconferência com membros do departamento de futebol do Fla, para otimizar a reapresentação no dia 10 de janeiro.
– Todos os jogadores serão muito necessários na temporada longa, com muitos jogos, e o compromisso de todos é o que vai nos levar aos melhores objetivos, que são os objetivos do Flamengo, sempre. Criar emoção em todos os nossos torcedores com vitórias constantes. A cultura da vitória é muito importante – disse Paulo Sousa.
CURRÍCULO DE PAULO SOUSA
Paulo Sousa iniciou a carreira no sub-16 de Portugal, em 2008, mesmo ano em que foi auxiliar de Felipão na seleção principal portuguesa. Depois, treinou o Queens Park Rangers, Swansea e Leicester no futebol inglês. Em seguida, partiu para Videoton (Hungria), Maccabi Tel Aviv (Israel) e Basel (Suíça).
O seu trabalho mais longínquo foi na Fiorentina, da Itália, quando chegou em 2015: foram 95 jogos, com 43 vitórias, 25 empates e 27 derrotas ao longo de duas temporadas. Depois foi para a China, onde treinou o Tianjin Quanjian entre 2017 e 2018. Ainda comandou o Bordeaux, da França, entre 2019 e 2020, antes de assumir a seleção polonesa.
TÍTULOS DE PAULO SOUSA
Campeonato Suíço – Basel (14/15)
Campeonato Israelense – Maccabi (13/14)
Taça da Liga da Hungria – Videoton (11/12)
Supertaça da Hungria (2 vezes) – Videoton (11/12)
Fonte: Lance!