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Repórter demitida do SBT recebe ameaça de morte e tem estresse pós-traumático

Quem estava de bobeira e veio parar aqui na coluna ontem (13) leu a história da demissão da jornalista que foi demitida do SBT após ser flagrada em uma balada enquanto gozava de uma licença médica por problemas de saúde. Pois bem. O caso é muito mais delicado do que imaginava. E acabei descobrindo detalhes complexos, que preciso expor aqui a vocês, porque houve muito “hate” em cima dos palpites que vieram pelas redes sociais.
Ela estava na emissora havia nove anos, todos eles trabalhando como PJ, não era CLT, e por essa razão não tinha uma série de benefícios que a carteira de trabalho assegura ao empregado. Uma delas era o amparo jurídico da emissora. E o que isso tem a ver com o caso? Te explico já: a jornalista vinha recebendo ameaças de morte por ter deflagrado um grande escândalo da segurança pública.
Diante do fato, a coluna apurou que ela procurou o jurídico do SBT no início do ano, mas não teve nenhum respaldo e não recebeu nenhuma resposta sobre o caso que expôs. Foi sumariamente ignorada. Para se ter uma noção da gravidade da situação, o nome dela foi parar em grupos de WhatsApp de pessoas conectadas aos criminosos que ela havia denunciado no passado. Ou seja, havia ali uma espécie de “marcação” em cima da profissional, pelo simples fato de ter executado o seu trabalho.
Colegas da jornalista relataram à coluna que ela fez uma análise sobre o seu entorno: se sentiu desamparada pelo jurídico do SBT, as ameaças de morte se tornaram frequentes e ela vivia na rua fazendo suas reportagens. Foi quando chegou à conclusão de que algo poderia ocorrer a qualquer momento.
E o inevitável aconteceu: a jornalista começou a ter crises de ansiedade muito severas e passou a fazer uso de medicação prescrita por seu psiquiatra. Quem já tomou remédio para este fim sabe muito bem que o organismo pode reagir das maneiras mais malucas possíveis. Colegas de Redação já a viram passando muito mal com os efeitos colaterais, incluindo episódios com vômitos.
Aí entra mais um detalhe na história: por não ser funcionária CLT, ela teve que pagar do próprio bolso todo o tratamento, incluindo as consultas com o psiquiatra. E ela acabou afastada do trabalho por dois meses, pois seu médico viu que os remédios faziam pouco efeito porque ela ainda estava muito conectada ao fator que a fez desenvolver essas crises nervosas de ansiedade.
No primeiro mês, ela não saiu de casa. Passou dias acamada, mas seu médico a orientou a mudar esse comportamento para conseguir ter progressos mais significativos no tratamento. Além disso, foi aconselhada pelo profissional a se desligar completamente do trabalho. Foi quando viajou a Salvador (BA), onde mora toda a família de seu marido, já que uma parente havia acabado de se recuperar de uma grave doença.
É importante frisar que todos os atestados médicos, diferentemente do que havia sido dito, não são falsos. A coluna teve acesso aos documentos. A jornalista contratou um dos profissionais mais renomados da psiquiatria para fazer seu tratamento.
Na reta final de sua licença de dois meses, a medicação foi trocada, e quando estava prestes a retornar ao trabalho, o psiquiatra resolveu ampliar por mais 20 dias seu afastamento. Todos os atestados que ela aplicou foram emitidos pelo mesmo profissional, que ela teve que pagar por cada consulta. E foi neste momento que ela acabou demitida do SBT.
No meio dessa história toda, a coluna apenas lamenta a situação. Porque, no final, saiu todo mundo perdendo: a jornalista ficou desempregada, e o SBT perdeu uma profissional de calibre invejável.


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