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Produção do show de MC Poze entra na Justiça contra cancelamento: ‘Prejuízo de quase R$ 300 mil’

Após o cancelamento do show do MC Poze em Rio Branco, marcado para a noite desta segunda-feira (15), pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp), a produção do evento entrou com uma ação na Justiça para garantir a realização da apresentação. A Sejusp cassou a licença de segurança do espaço Maison Borges que autorizava o show ‘para manter a ordem pública’.
Ao g1, o advogado Weverton Matias, representante do evento, explicou que a produção terá um prejuízo de quase R$ 300 mil se a apresentação não for realizada. Ele diz também que tentou conversar com o órgão e não obteve uma resposta concreta para o cancelamento do evento.
“Fora concretizadas todas as exigências, todos os protocolos foram cumpridos para que o show fosse realizado e depois vem essa cassação por meio de uma notificação realizada pelo WhatsApp 11 horas da noite, 24 horas antes do evento. O contratante tem quase R$ 300 mil de prejuízo se o evento não for realizado e o governo não dá nenhuma satisfação sobre como fica essa situação. Tentamos conversar com o governo e tivemos informações concretas”, lamentou.


Matias destacou que deve receber uma resposta do Judiciário ainda na tarde desta segunda. “Qualquer hora pode sair”, resumiu.


O secretário de Justiça e Segurança do Acre, coronel Paulo Cézar, informou que encaminhará as informações “reservadas que subsidiaram a tomada da decisão de cassação da licença de segurança” para o magistrado responsável por meio da Procuradoria Geral do Estado (PGE-AC), caso seja solicitado.


Ainda na tarde desta segunda, a desembargadora Denise Bonfim indeferiu o pedido da produção do evento. Segundo ela, a Sejusp tem competência para suspender o evento, caso verifique algum risco à ordem pública.


Show cancelado

 


Nesta segunda, a Sejusp divulgou que cancelou o show do MC Poze do Rodo, marcado para ocorrer no espaço de eventos Maison Borges, em Rio Branco, e cassou a licença de segurança cedida ao estabelecimento para ‘preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio’.


Em nota, a Sejusp afirmou que o cancelamento é em razão de casos de violência registrados em alguns shows do artista pelo país.


“As notícias veiculadas nas mídias e informações levantadas pelos órgãos de inteligência vinculadas ao Sistema Estadual de Segurança Pública e outras agências congêneres de todo país, dando conta de graves ameaças contra a vida e a integridade física de pessoas perpetradas por organizações criminosas, em outros estados da federação, a exemplo do Amazona, Bahia e Espírito Santo”.


Na madrugada de sexta (12), um homem de 21 anos levou uma facada no peito durante uma briga generalizada em um show do funkeiro em Joinville, no Norte catarinense. Segundo a Polícia Militar, a vítima disse que foi atingida enquanto tentava separar uma briga. O homem estava bastante alcoolizado ou sob efeito de drogas e não conseguiu explicar com detalhes o que ocorreu, ou identificar o agressor.


Já no último dia 7 em Belém, vídeos que circularam em redes sociais mostraram uma confusão após a interrupção pela Polícia Militar de MC Poze do Rodo na cidade. Um policial aparece atirando balas de borracha contra o público. As imagens mostram os policiais em cima do palco e os músicos sendo retirados. Depois disso, o público começa a jogar objetos e bebidas contra os policiais. Um deles aponta uma espingarda de balas de borracha para a plateia e começa a atirar em direção ao público.


Suposta ligação ao tráfico

 


O DJ MC Poze é investigado pela polícia por suposta ligação ao tráfico e chegou a ser considerado foragido pela Justiça em 2020, mas o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ) revogou a prisão preventiva. Ele havia sido denunciado pelo Ministério Público.


À época da denúncia, o MC chegou à postar em uma rede sociais mensagem que dizia: “Deixa a favela vencer, brilhar, não tenta destruir isso”.


No final do último mês de outubro, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) anunciou a proibição do evento “Baile do Embrasa”, marcado para o dia 30 de outubro, em Salvador, apontando ameaças de traficantes contra o artista, uma das atrações. As ameaças motivaram a decisão.


Segundo a SSP-BA, equipes de inteligência fizeram uma apuração de possível rixa entre organizações criminosas e o cantor, além da existência de um vídeo onde o artista aparece armado. A proibição foi citada em portaria publicada no Diário Oficial do Estado da Bahia.


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