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‘Não há motivo pra desespero’, dizem professores sobre número de acertos no Enem

Viu os  gabaritos extra-oficiais do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no último domingo (21) e pensou em desistir de fazer as provas deste fim de semana? Calma. A avaliação é mais complexa do que a simples soma de acertos, portanto, professores alertam: “não há motivo pra desespero”.
Essa declaração específica é do coordenador pedagógico do Curso Etapa, de São Paulo, João Pitoscio Filho. Ele ressalta que é comum ter desempenhos diferentes nos dois dias de prova por conta do perfil de cada estudante que pode ter mais aptidão para uma área do que para outra, por exemplo.
“A não ser aqueles candidatos que buscam vagas muito concorridas como Medicina. Aí eles estudam muito e extrapolam, com grande aproveitamento, nos dois dias. Mas com o candidato médio, que é a imensa maioria que faz o Enem, isso é a coisa mais normal”, frisa em entrevista ao iG.
A avaliação é semelhante à de Pedro Pacheco, professor de Química no Centro Educacional Titânia e no Colégio Dom Bosco, ambos em Salvador, na Bahia. O professor conta que a preparação dos alunos começa no início ano, com a orientação para que eles se mantenham dedicados e não desistam em caso de resultado negativo.
“Nunca abaixe a cabeça. Se não for dessa vez, vai ser da próxima. [O caminho] É sempre estudar”, aconselha Pacheco.


Critérios de avaliação

Os professores explicam que outro motivo para os participantes não sofrerem antecipadamente com uma aparente pontuação baixa é o sistema de correção do Enem. Como explica Pitoscio Filho, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tem um mapa das questões mais fáceis até as mais difíceis e, para ter sucesso na prova, é necessário fazer “acertos coerentes”.
“Ele tem que acertar todas as questões fáceis pra acertar as médias e aí acertar as difíceis. Então, se ele acerta um número de questões difíceis, mas erra muitas questões fáceis, a nota dele tende a cair. Se ele acerta questões fáceis e erra questões difíceis, a nota dele tende a subir”, esclarece o coordenador pedagógico.
Os técnicos que preparam o Enem já têm definido um grau de dificuldade para as questões, então, após a aplicação do exame, eles confrontam essa estimativa com o resultado. De acordo com Pitoscio Filho, “na imensa maioria das questões”, o grau estimado se confirma. Mas quando isso não ocorre, a correção é feita com base nos acertos do aluno.


Além disso, o cálculo também leva em conta o desempenho geral da população. “Eu faço uma brincadeira com os estudantes: se você não quer depender do sistema de correção do Enem, gabarite a prova”, brinca o coordenador.


Ou seja, diante da complexidade do processo, resta focar na segunda parte do exame, pois o cálculo das notas só é feito após a correção de todas as provas. Neste domingo (28), os inscritos no Enem responderão 45 questões de Ciências Naturais e suas Tecnologias e mais 45 de Matemática e suas Tecnologias. No domingo passado , eles responderam as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias e escreveram a redação .


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