O movimento começou bem cedo, nesta terça-feira (2), Dia de Finados, nos cemitérios de Rio Branco. As pessoas homenagearam seus entes queridos, fizeram orações e tiveram momentos de reflexão.
Este ano, com o avanço da vacinação e a melhoria dos números de Covid-19, a tradicional missa no Cemitério São João Batista começou por volta das 8h e reuniu dezenas de fiéis.
Em 2020, a celebração chegou a ser cancelada por conta dos altos números de contaminação e mortes pela doença. Na época, a recomendação da gestão era de que as pessoas antecipassem a visita aos entes queridos sepultados nos locais e não deixassem para ir somente no dia 2 de novembro.
‘Muita saudade’
A aposentada Teresinha de Jesus contou que todos os anos visita os túmulos dos parentes nesta data e lembrou com saudade do pai.
“Meu pai era uma pessoa muito querida, então, a gente vem todo ano, porque é uma coisa que a gente não esquece nunca, nossos entes queridos. Também tenho outros parentes que estão aqui enterrados. A gente sente muita saudade. Também sinto da minha mãezinha, fui criada sem ela, quando eu nasci, ela morreu. Então, é muita saudade mesmo. Mas, graças a Deus, estamos aqui e vivos”, disse.
Professora aposentada Luiza de Brito se emociona ao lembrar da filha — Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica
A professora aposentada Luiza de Brito se emociona ao lembrar da filha e falou sobre a saudade dos entes queridos.
“Família é tudo. Saudade é uma eternidade, nunca passa. Quanto mais o tempo passa, mais saudade você sente. Minha filha era muito alegre, muito divertida. Ela estudava fora, ela morreu em uma ilha, estava no último ano de direito, até hoje não sabemos se foi um acidente ou se empurraram ela. Os amigos nunca esqueceram dela. Enquanto eu estiver vida, eu venho até aqui, vou preservar essa memória”, afirmou.
Rosimeira Rocha também esteve no Cemitério São João Batista. “Todos os anos eu venho, porque essa é uma tradição muito antiga que meus pais sempre me traziam quando era criança. Não tenho mais nenhum dos dois, mas sempre venho. No ano passado, apesar da pandemia, eu vim também. Até quando eu estiver viva, eu venho.”
Ela reclamou da organização do cemitério, porque disse que não tinha água na torneira e sabão para lavar as mãos.
“Fui lavar as mãos ali e infelizmente não tinha sabão e nem água, tive que lavar na caixa d’água. Em um momento desse de pandemia, era para ter pelo menos água para lavar as mãos. Só colocaram na entrada. Tem uma caixa ali aberta e as pessoas colocam a mão dentro. Infelizmente, deixaram a desejar nessa parte.”
Expectativa
A expectativa, segundo a Secretaria Municipal de Zeladoria, é que cerca de 80 mil pessoas passem pelos quatro cemitérios públicos da cidade na data em que vão estar abertos das 7h às 17h.
Com a expectativa de um público maior, a Rua Rio de Janeiro, em frente ao Cemitério São João Batista, vai ficar fechada e os ambulantes que costumam ficar no local foram orientados a deixar espaço para estacionamento.
Jean Almeida, diretor da Zeladoria, disse que as equipes vão atuar para garantir o fluxo nos cemitérios e pede que as pessoas usem máscaras e sigam os protocolos de prevenção à Covid-19.
“O vírus não acabou ele continua circulando. Nós não vamos permitir pessoas sem máscaras. Nas entradas vai ter uma barreira sanitária, onde as pessoas vão estar com álcool”, explicou.
Diferente do ano passado, a tradicional missa está marcada para começar às 8h no Cemitério São João Batista.
Frota de ônibus
A Prefeitura de Rio Branco organizou a frota para atender pelo menos 30 mil pessoas neste feriado de Finados na capital acreana.
Ao todo, são 49 carros rodando na cidade nesta terça-feira (2) e mais quatro de reserva para atender qualquer problema com os que estão nas ruas.
O plano de operação do transporte público divulgado pela Superintendência de Transportes e Trânsito (RBTRans) coloca ainda que, caso haja demanda superior à oferta de transporte, as empresas devem providenciar a imediata entrada de carros em operação e avisar ao órgão.