O menino autista de oito anos que foi encontrado gravemente ferido depois de desaparecer, na noite de domingo (14), na região da Vila Barão, em Sorocaba (SP), teve parte da orelha decepada com um alicate, de acordo com a Polícia Civil.
A vítima foi encontrada na madrugada de segunda-feira (15), por volta das 2h30, no bairro Nova Esperança, andando desnorteada pela rua e com sinais de espancamento e tortura. O menino segue internado no Hospital Regional. O Conselho Tutelar acompanha o caso.
Segundo a família, o garoto estava machucado e completamente desnorteado quando foi encontrado por um morador de rua e levado para uma adega, onde a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados.
Um pedaço da orelha dele foi arrancado e a suspeita é de que o garoto tenha sido atingido por uma faca ou algum outro objeto cortante, além de ter levado socos por todo o corpo. Segundo apurado pela Tv Tem, as agressões duraram cerca de seis horas.
Conforme parentes, momentos antes de desaparecer, o menino pediu para a mãe uma caneta azul para desenhar. Quando a família se deu conta, ele tinha sumido.
A mãe então foi às ruas para procurar pelo filho, pedindo ajuda para parentes e vizinhos. Em seguida, foi até a delegacia para registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento. No dia seguinte, a criança foi encontrada.
O menino contou que havia parado em frente a uma casa no bairro para arrumar uma câmera de segurança que estava torta, quando foi abordada por um homem e uma mulher. Os dois teriam agredido o menino.
Investigação
O caso é apurado pelo 4º Distrito Policial de Sorocaba. Nesta terça-feira (16), os investigadores estão nas ruas em busca de testemunhas para tentar esclarecer o que aconteceu.
Segundo o delegado, eles também estão tentando estabelecer o trajeto feito pelo menino da casa da família até o local onde ele foi encontrado pelo morador de rua.
A partir daí, serão analisadas imagens de câmeras de segurança de residências e comércios para verificar em qual momento a criança foi abordada e por quem.
Ainda nesta terça, o Instituto Médico Legal (IML) irá até o Hospital Regional para colher amostras do menino. A princípio, o caso foi registrado como lesão corporal grave, mas pode evoluir para outras linhas de investigação, como tortura.
Na segunda-feira, um casal suspeito de envolvimento no crime foi ouvido na delegacia, porém, inicialmente não foi encontrada nenhuma prova que coloque a dupla no caso.
A Guarda Civil Municipal fez uma perícia na casa deles e também não identificou nada de irregular. Mesmo assim, alguns itens foram apreendidos, como imagens de câmera de segurança, facão e tesoura. No entanto, a princípio, não foram detectados vestígios de sangue nos objetos.