Lei orgânica da Polícia Penal no AC é reformulada e exclusão de servidores administrativos causa impasse

A Lei Orgânica da Polícia Penal Estadual foi enviada nessa segunda-feira (8) à Casa Civil depois de passar por reformulação pelo grupo de trabalho criado pelo governo do Acre, em julho do ano passado. O texto final não agradou os servidores http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativos, que foram excluídos do novo órgão vinculado à Segurança Pública.


Inicialmente, a lei sugeria a extinção do Instituto de Administração Penitenciária do Acre, no entanto, após análises, foi decidido que servidores http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativos continuam no Iapen-AC e os policiais penais passam a integrar a Polícia Penal, além dos motoristas.


A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criou a Polícia Penal na esfera estadual foi aprovada pelos deputados na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) em dezembro de 2019.


Conforme o secretário de Segurança Pública do Acre, coronel Paulo Cézar, representante do grupo de trabalho no governo, assim que receberam o projeto inicial para análise, já foi dito que o Iapen não tinha como ser extinguido. Isso porque, as Constituições Federal e Estadual estabelecem que a Polícia Penal é responsável pela segurança dos presídios e, portanto, é composta pelos antigos agentes penitenciários, que passam a ser denominados policiais penais.


A partir desse entendimento, os servidores http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativos seguem sendo responsáveis pela parte de gestão de contratos, ações de ressocialização e educação nos presídios do estado e, com isso, continuam no Iapen-AC.


Após passar pela Casa Civil, o projeto de lei vai para a Procuradoria Geral do Estado (PGE) e então é enviado para apreciação dos deputados estaduais, na Assembleia Legislativa do Acre. O secretário acredita que até o final deste ano, o projeto seja votado na Aleac.


“A lei determina que a competência da Polícia Penal que está sendo criada é meramente para cuidar da segurança dos ambientes penais e não é o caso dos psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, engenheiros. A nossa Constituição Estadual definiu quais são os cargos da Polícia Penal e diz que ela é formada pelos motoristas oficiais e pelos antigos agentes penitenciários. Então, o grupo que foi criado pelo estado não tem como pegar outros servidores que não estão enquadrados na Constituição Estadual e levar para essa lei. O Iapen não vai ser extinto, não tem como”, disse o secretário.


Impasse

 


É justamente essa exclusão dos servidores http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativos que tem causado impasse na categoria. É que eles dizem que passaram no mesmo concurso público e que, com o racha no órgão, vão sair perdendo na área trabalhista e previdenciária.


A presidente do Sindicato dos Servidores Administrativos do Iapen, Cátia Nascimento, disse que o grupo participou do processo de discussão da lei e acredita que é justamente por conta desse embate que a proposta ainda não foi sancionada ainda.


“Até o momento, o sistema prisional do Acre é composto por todos os servidores, os policiais penais, e os servidores técnico-http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativos, que fazem a questão da ressocialização da pessoa em situação de prisão. Com a aprovação da lei orgânica, o estado está contemplando apenas os policiais e motoristas e deixando de fora os educadores, psicólogos, pedagogos, assistente social, engenheiro e http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrador. E aí, essas pessoas ficariam desprovidas de direitos. Nossa preocupação é a gente entrar em um processo de extinção do próprio órgão de http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração penitenciária, sucateamento e piorar ainda mais a assistência à pessoa em situação de prisão, visto que o quadro vai ficar fragilizado”, disse a sindicalista.


Policiais penais acamparam na frente da Aleac reivindicando salários equiparados e aprovação da lei orgânica  — Foto: Quésia Melo/Rede Amazônica Acre

Policiais penais acamparam na frente da Aleac reivindicando salários equiparados e aprovação da lei orgânica — Foto: Quésia Melo/Rede Amazônica Acre

No mês passado, inclusive, os policiais penais acamparam na frente da Aleac para reivindicar algumas pautas ao governador Gladson Cameli. A Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Acre (Asspen) disse que movimento reivindica três pautas:


 


Atualmente, o Iapen-AC possui 113 servidores http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativos. Ainda segundo Cátia, a proposta do sindicato dos servidores http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativos é que a Polícia Penal passe a ter três carreiras:


  • policial penal, que é de nível médio;
  • especialista em execução penal, que são os servidores de nível superior, como psicólogo, pedagogo e outros;
  • técnicos da polícia penal, que seriam os http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativos de nível médio.

 


“Existe um edital, regras do concurso público e nós não aceitamos mesmo. Caso a gente não seja contemplado na Lei Orgânica, pretendemos entrar com ação judicial. Então, estamos tentando ao máximo na esfera http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativa. Nós temos o mesmo PCCR, mesmo contracheque com mesmas vantagens”, concluiu Cátia.


Fonte: G1 Acre


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