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Idosa viaja do AM ao Acre para visitar cidade onde conheceu marido que morreu há 35 anos: ‘Estou feliz’

Um amor que nem a morte e o tempo conseguiram apagar. Tem sido assim com a dona Hulda Maia de Paula, de 88 anos. Ela e o marido, João de Paula Neto, se conheceram ainda na infância quando frequentavam a Igreja Presbiteriana em Sena Madureira, no interior do Acre. Da amizade de infância nasceu o amor na adolescência e o casamento que durou 32 anos. Só que em 1986 o marido dela morreu vítima de um infarto, a deixando viúva com dez filhos.


Agora, 35 anos depois da morte do amado, Hulda resolveu voltar à cidade acreana para visitar o coreto da praça, às margens do Rio Iaco, onde os dois costumavam se encontrar para namorar.


Os dois se conheceram ainda crianças. Hulda, então, foi levada para Manaus (AM) após seu pai morrer. Ela foi levada para o estado amazonense por uma tia. Ela reencontrou João somente em 1954, quando se casaram dentro de um barco no Rio Amazonas apenas com a benção de um juiz de paz.


Hulda se emociona ao chegar no coreto em Sena Madureira  — Foto: Arquivo pessoal

Hulda se emociona ao chegar no coreto em Sena Madureira — Foto: Arquivo pessoal


Na época, por ser oficial do Exército, ele não poderia casar. Os dois assumiram a união muitos anos depois, quando ele já era sargento. Ele morreu aos 54 anos e Hulda nunca mais quis casar, sempre dizia que o militar sempre foi o amor da vida dela.


Hoje, ela vive em Manaus com os filhos. Em 2018, ela foi acometida por um segundo AVC, que a deixou sem os movimentos das pernas e também faz tratamento contra o câncer. E foi aí que ela começou a pedir aos filhos para voltar à cidade acreana, onde conheceu seu companheiro, para ir até o coreto da praça, que tantas vezes testemunhou esse amor.


Rosy Maria de Paula Seabra é uma das filhas que acompanhou Hulda até a cidade. Ela disse que a mãe se emocionou bastante ao ir até o coreto e ver novamente o Rio Iaco, que corta a cidade.


“Ela ainda se emociona muito quando fala dele. Quando vamos ao hospital do Exército, que toca a corneta, ela sempre fica muito emocionada. Ela nunca quis casar de novo, sempre dizia que foi muito feliz com meu pai. O sonho dela era voltar aqui, fazia mais de 30 anos e quando ela teve esse último AVC, perdeu os movimento das pernas e virou cadeirante, disse que tinha o sonho de voltar em Sena Madureira e rever o coreto, local onde se encontravam, porque ela tinha essa memória com meu pai muito viva”, conta.


De 2018 para cá, o sonho foi adiado algumas vezes devido à condição de saúde da idosa e também a pandemia. Hulda chegou na capital acreana no último dia 17, e ficou hospedada na casa de familiares. E neste domingo (21), ela encarou os 143 km de Rio Branco até Sena Madureira, interior do Acre, para ir até o coreto.


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