Corpo do copiloto Tarciso Pessoa Viana, 37 anos, foi enterrado em Taguatinga sob forte comoção. Ele deixa esposa grávida e dois filhos.
Sob forte comoção, o corpo do copiloto Tarciso Pessoa Viana, 37 anos, integrante do voo que levava Marília Mendonça a Minas Gerais, foi velado e sepultado neste domingo (7/11) no Cemitério de Taguatinga.
O filho de Tarciso, Pedro Viana, 21 anos, estudante de aviação civil, disse durante o sepultamento: “Meu pai é meu herói. É meu espelho”. Cursando o último semestre no Centro Universitário Icesp, o jovem piloto pretende seguir o legado do pai. “Creio que, quando eu receber meu diploma, meu pai vai estar muito feliz, muito animado, nós brincávamos muito. Meu pai era meu melhor amigo. Eu não tinha vergonha de andar abraçado com ele”, conta.
“Ele amava tudo, amava a família, me amava, amava minha irmã, amava minha madrasta. Ele era o melhor em tudo. Melhor pai, melhor amigo, melhor na aviação, melhor na igreja. Ele se dedicava ao máximo em tudo o que você imaginar”, relembra Pedro, após o enterro.
Tarciso tinha 12 anos de profissão e era morador de um condomínio em Samambaia. Familiares vestiram camisetas em homenagem ao profissional, morto no acidente aéreo na sexta-feira (5/11), na região de Caratinga (MG). Além dele e do piloto, morreram Marília Mendonça, o tio e um produtor dela.
O corpo da “Rainha da Sofrência” foi enterrado na tarde desse sábado (6/11), em Goiânia (GO). Antes de embarcar no avião, Marília pediu que Murilo Huff, pai do filho dela, de apenas um 1 ano de idade, tomasse conta do pequeno Leo.
Comoção
A frase “O sonho de tocar o céu” vem embaixo de uma das fotos do copiloto estampadas nas camisetas. Ele deixa a esposa, Marta Viana, 31, grávida de 7 meses, e dois filhos – Nicole, de 5, e Pedro, de 21 anos. A família soltou balões brancos em homenagem ao profissional após a oração final. Entre as coroas de flores com condolências à família, uma foi enviada pela primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Geraldo Medeiros Júnior, piloto do avião que transportava Marília Mendonça
Tarciso Pessoa Viana era o copiloto do avião em que estava Marília Mendonça
Na noite do acidente (5/11), Nagila Viana, irmã de Tarciso, usou as redes sociais para prestar homenagem ao profissional. “Como a empresa me deu a notícia: ‘Nagila, seu irmão foi um herói. Ele deu a vida, tentou de tudo‘”, contou.
No momento em que Tarciso foi sepultado, Nagila relembrou a época em ele fazia curso para ser piloto. “Meu irmão passou muita necessidade para fazer esse esse curso. Dava tudo pelos filhos. Meu irmão era uma pessoa humilde”, disse.
“Na memória da família, dos amigos, fica a certeza da alegria que meu irmão tinha. Todo dia meu irmão escolhia ser feliz, ser alegre”, relembra Nagila.
Segundo as irmãs do copiloto, Nadia e Nagila, o último contato dele com a família aconteceu durante um churrasco no domingo (31/10). Na quinta (4/11), Tarciso mandou mensagem no grupo de WhatsApp que tinha com as irmãs para contar que levaria Marília Mendonça em um voo na sexta (5/11).
Enterro do piloto Geraldo Martins
O corpo do comandante Geraldo Martins de Medeiros Júnior, 56, piloto responsável pelo voo de Marília Mendonça, 26, e equipe até Caratinga (MG) foi velado também na manhã deste domingo (7/11), no Cemitério Campo da Esperança na Asa Sul.
A família pretendia cremar o corpo em Valparaíso (GO), no Entorno do Distrito Federal, para levar as cinzas à terra natal do piloto, no Piauí. No entanto, segundo a ex-esposa Euda Dias, os planos mudaram e ele foi enterrado por volta das 11h30 no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul.
Com 15 anos de experiência, o comandante Geraldo Martins de Medeiros Júnior era requisitado por celebridades. Segundo Euda Dias, Geraldo Júnior era um profissional sério e discreto.
“Um choque. A gente não esperava. Ele era um piloto muito bom. Até agora, a gente não acredita. É um choque”, disse Euda Dias, que foi ao velório no Campo da Esperança na manhã deste domingo.
O piloto trabalhava para a empresa PEC Táxi Aéreo há cerca de 1 ano e meio. Um colega de Geraldo, que também mora no Distrito Federal, contou ao Metrópoles que trabalhou com o piloto há 15 anos, na TAM. “Ele foi meu copiloto por três anos consecutivos. Era uma pessoa muito boa, querida por todos”, afirmou o amigo de Geraldo, que preferiu não se identificar.
Os corpos do piloto e copiloto foram trazidos de carro do município de Caratinga para Brasília. A distância entre as cidades é de aproximadamente mil quilômetros, o que equivale a 14 horas de viagem.