Imagine passar 22 anos no corredor da morte e, poucas horas antes de receber a injeção letal, saber que a sua sentença foi alterada. Foi o que aconteceu com Julius Jones, americano detido há mais de duas décadas em prisão de Oklahoma, nos EUA.
Aos 40 anos, o homem que passou mais da metade da sua vida na prisão teve sua sentença alterada pelo governador do estado de Oklahoma, Kevin Stitt, de pena de morte para prisão perpétua, sem a possibilidade de liberdade condicional.
Jones foi condenado em 2002 pelo assassinato de Paul Howell, um empresário branco que na época tinha 45 anos quando foi baleado na cabeça em 1999. A única testeminha ocular do caso foi a irmã da vítima, Megan Tobey.
Ela descreveu o suspeito como um jovem negro, vestindo camisa branca, boné e bandana vermelha. Julius Jones foi preso aos 19 anos após três dias de buscas.
Na época, o jovem apresentou um álibi: segundo o próprio e sua família, ele estava em casa na noite do crime. Além dele, Christopher Jordan, que testemunhou contra Jones, também foi preso quando admitiu ter participado do homicídio. Jordan acabou condenado a 30 anos, mas foi libertado em 2014.
“Deus é minha testemunha, e eu não participei de forma alguma dos crimes que levaram Howell a ser baleado e morto. Passei os últimos 20 anos no corredor da morte por um crime que não cometi, não testemunhei e não participei”, afirmou em seu relatório de clemência.
Após esgotar todos os seus recursos, a execução de Jones foi marcada para este dia 18 de novembro. Antes disso, diversos grupos e organizações surgiram pedindo apoio ao condenado. Astros da NBA como Russel Westbrook e Blake Griffin, atores e apresentadores de televisão pediram que o governador Kevin Stitt mudace a pena de Julius.
Ontem (17), diversos manifestantes e defensores do então condenado à morte ocuparam a mansão do governador do estado, pedindo mudança da pena para prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional.