Na manhã desta terça feira, 2, Dia de Finados, é pequena a movimentação de pessoas nos dois maiores cemitérios de Cruzeiro do Sul, o São João Batista na região central e o Jardim da Paz na Estrada da Boca da Alemanha.
O coordenador dos cemitérios José Auricélio acredita que a visitação de parentes aos túmulos será maior no período da tarde . A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Cruzeiro do Sul, responsável pela gestão dos cemitérios, não sabe quantos túmulos há nos 13 cemitérios do município. O mais antigo, o São João Batista, teria sido fundado junto com Cruzeiro do Sul, em 1904.
No local só são enterradas atualmente pessoas em gavetas cujas famílias já têm túmulos no local. Uma das características do São João Batista é a localização: as ladeiras da avenida Lauro Muller, próximo às margens do Rio Juruá.
O cemitério Jardim da Paz foi fundado em 2000, expandido em 2020, aceita enterros na terra e abriga a ala covid-19. Na ala específica das vítimas da covid-19, há 260 pessoas enterradas, sendo 189 do próprio município.
O túmulo com cerca azul e muitas plantas na ala Covid é do comerciante Francisco Maciel da Silva, o Chiquinho do Mercado da Farinha, de 65 anos, que morreu vítima de Covid-19 em abril deste ano. Acendendo velas no túmulo do pai, a advogada Janaira Silva, diz que a saudade é imensa e que a morte do patriarca interrompeu sonhos da família.
“O que sentimos ultrapassa os limites da tristeza! Há 8 meses estávamos juntos e felizes reformando a nossa casa, sonhando com uma vida de conquistas no pós pandemia. Hoje nos sentimos incompletas, lutando para juntar os cacos e organizar nossas vidas! Não desejo essa dor pra ninguém. Sempre nos amamos muito e tudo que aconteceu com a nossa família, e tantas perdas no mundo inteiro só confirmou que as pessoas valem mais do que coisas e quem pensa diferente está vivendo errado!”, cita ela.