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Confusão trisal: vídeo mostra momento em que estudante é agredido por esposa de sargento da PM.

Imagens confirmam depoimento de equipe de seguranças, que afirmou que a sargento da PM Alda Nery agrediu o estudante Flavio Endres Ferreira. Confusão ocorreu no último sábado (27) em um bar de Epitaciolândia, interior do Acre. Militar alegou que reagiu à uma importunação sexual feita pelo homem contra sua mulher.


Vídeo mostra momen em que estudante de medicina é agredido por esposa de sargento da PM
Um novo vídeo das câmeras de segurança do bar onde ocorreu a confusão com o sargento da PM Erisson Nery e o estudante de medicina Flavio Endres Ferreira, de 30 anos, mostra que a vítima foi agredida inicialmente pela sargento da PM Alda Nery. A confusão ocorreu na noite do último sábado (27) em Epitaciolândia, interior do Acre.
O sargento ficou conhecido nas redes sociais após assumir um trisal com a mulher, a sargento da PM Alda Nery, e a http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistradora Darlene Oliveira. Os três moram na cidade de Brasileia e há alguns meses a sargento estava fazendo tratamento psicológico, quando o casal voltou a gerar polêmica ao surgir boatos de separação.
O sargento está preso preventivamente. O advogado do militar, Matheus Moura, afirmou que vai fazer um novo pedido de revogação de prisão em primeiro grau e entrar com o habeas corpus, paralelamente no Tribunal de Justiça. Erisson Nery deve ser levado para o Batalhão de Policiamento Ambiental, em Rio Branco.
As novas imagens confirmam o depoimento da equipe que fazia a segurança no local no dia da confusão. No depoimento, um dos seguranças diz que o sargento acusava o pessoal da mesa ao lado de estar olhando de forma desrespeitosa para a mulher dele. O segurança tentou acalmar o sargento, mas ele continuava alterado.
Após esse episódio, a equipe de segurança afirma que houve um desentendimento entre o sargento e Alda. A militar teria agredido o marido com alguns tapas no rosto e, novamente, o segurança precisou intervir e pedir que acabasse a contenda.
Teria sido nesse momento que Flavio Ferreira teria chegado na mesa ao lado e ficado observando a confusão. Isso teria incomodado a sargento Alda Nery, que chegou a perguntar o que o estudante estava olhando. Ela, então, partiu para cima do estudante e teria dado um tapa na orelha dele, que revidou a agressão com um soco na militar.
Ao perceber que a mulher tinha sido agredida, o sargento Erisson Nery tentou bater no estudante, mas foi impedido pelos seguranças.
O vídeo, no qual o g1 teve acesso, mostra uma mulher, que seria a sargento Alda, ao lado de Nery e o estudante conversando próximo ao casal com um amigo. Ao lado deles aparece outra mulher. Após alguns segundos, Alda sai de perto do marido, caminha até o estudante e o agride. Flavio Ferreira desfere um soco na militar e começa uma briga.

Estudante baleado por sargento passou por cirurgia em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
‘Passou a mão nela’
No domingo (28), o sargento falou ao g1 que reagiu à uma importunação sexual feita pelo homem contra sua mulher.
“O cara molestou minha esposa e ela foi tomar satisfação imediatamente. Mas, ele deu um murro na cara da Alda que ela caiu apagada e com a boca cortada. Aí quando eu vi ela daquele jeito, fui atrás do cara. Lá fora entramos em luta corporal e eu atirei nele. Foram dois disparos, todos pegaram nele. Ele está estável e foi transferido para Rio Branco”, alega.
Nery disse ainda que Alda foi até a delegacia fazer queixa da importunação sexual e agressão. “Ele passou a mão nela. O bar estava lotado, mas ela conseguiu identificar e foi tomar satisfação. Não teve nada de dança, dela estar dançando, de estar conversando, não existe nada disso. Ela passou a mão nela e ela foi tomar satisfação e ele deu um soco nela”, conta.
Briga do lado de fora
Ainda segundo o relato dos seguranças, após a agressão, foi solicitado que Flavio Ferreira saísse do local e um segurança saiu levando ele para fora do bar. Lá dentro, Erisson Nery era contido pelos demais segurança.
O sargento teria, inclusive, sacado o revólver para a equipe. Para evitar os disparos, os seguranças soltaram o sargento e ele foi logo procurar o estudante do lado de fora do estabelecimento. Os seguranças acompanharam o militar para tentar evitar mais confusão.
Do lado de fora, Nery procurou o estudante, que ainda teria tentado correr, mas voltou para enfrentar o militar. Conforme o depoimento dos seguranças, Nery segurou o estudante pelo braço e o derrubou no chão e em seguida disparou três vezes.
Mesmo ferido, o sargento teria desferido chutes e na cara e costelas do estudante de medicina. A equipe afirmou também que a sargento Alda também teria desferido uma garrafada na cabeça da vítima.
O sargento foi desarmado pela outra companheira, Darlene Oliveira.

Sargento conta que Alda foi agredida pelo homem e, por isso, ele atirou contra ele — Foto: Arquivo pessoal
Prisão preventiva
Nesta segunda-feira (29), a Polícia Civil cumpriu a prisão preventiva contra o sargento da Polícia Militar e Erisson Nery, que atirou pelo menos quatro vezes contra o estudante. Nery foi ouvido na delegacia da cidade enquanto um grupo de amigos fazia protesto e pedia justiça.
Um vídeo mostra o sargento armado após atirar contra o estudante durante a confusão. A PM confirmou que ele estava afastado por laudo médico e também que a arma institucional dele havia sido recolhida pela corporação há um mês.
A delegada que preside o caso, Carla Ívane, disse que, desde domingo (28), havia representado pela prisão preventiva do sargento. Ela ouviu 18 testemunhas e também está analisando as câmeras internas do bar em que a confusão aconteceu. Sobre a arma usada pelo sargento, já que as da PM estavam recolhidas, a delegada disse que ele preferiu ficar em silêncio sobre a procedência.
“Entendemos que ele estava foragido, porque não se apresentou à delegacia e a polícia estava fazendo as buscas. Em razão das provas, optamos pela representação, que foi acatada pelo Judiciário e também pelo Ministério Público. As demais circunstância e demais qualificadoras vão ser finalizadas no decorrer do término da instrução do inquérito policial. Há muitas imagens que estão sendo analisadas desde ontem [domingo, 28] pela equipe de investigação de Epitaciolândia com o apoio da equipe de investigação de Brasileia”, destacou.
Alda e Darlene também aparecem nas imagens dos vídeos e foram ouvidas, porém, devem ser chamadas novamente após análise de algumas imagens de segurança.

Flavio Ferreira foi agredido pela sargento Alda Nery — Foto: Reprodução
Um relatório está sendo confeccionado juntamente com as imagens também de testemunhas que filmaram algumas cenas do tumulto. A versão do trisal é que Alda foi assediada por Flávio, porém, diante do que foi analisado de imagens até então, não é possível confirmar esse fato, segundo a delegada.
“Elas já foram ouvidas ontem [domingo,28] na delegacia, inclusive a sargento Alda registrou um boletim de ocorrência acerca de uma suposta importunação sexual que teria sido praticada pela então vítima. Entretanto, até o momento da análise das imagens, e friso isso, não é possível verificar essa importunação que ela apontou, mas as análises seguem em curso”, destaca a delegada.
Mulher deveria tê-lo prendido
Em sua decisão, o juiz Clovis de Souza Lodi determinou ainda que a conduta da sargento Alda seja investigada. “Por ser policial militar tinha a obrigação legal de prendê-lo em flagrante delito e apresentá-lo ao superior hierárquico ao invés de ajudá-lo a fugir do local. Se não bastasse, a esposa do representado também tinha o dever legal de apreender a arma de fogo utilizada por seu cônjuge na prática delitiva e entregá-la ao superior, ao invés de ocultá-la, dificultando a investigação policial”, pontua.
A família de Flavio Endres Ferreira informou que o estudante de medicina passou por uma cirurgia no pronto-socorro de Rio Branco e tem quadro estável. A mãe do estudante, Lúcia Ferreira, disse que o filho foi atingido por quatro tiros; um abaixo do umbigo, dois acima e um no peito.
Perfurou o intestino, mas, graças a Deus, só a sutura deu certo. Não precisou de bolsa de colostomia”, disse.
A defesa do sargento disse que ele vai passar por audiência ainda nesta segunda para verificar se ele se manterá preso ou não. Caso o magistrado decida pela manutenção da prisão preventiva dele, ele deve ficar recolhido ou no Bope ou Batalhão Ambiental na cidade de Rio Branco.

Com cartazes, grupo pede Justiça pelo jovem Flávio Ferreira — Foto: Arquivo pessoal
Protesto
Com cartazes com os dizeres: “Justiça por Flavio”, “Queremos punição”, “Que a instituição (PM) não feche os olhos para essa atrocidade”, o grupo de amigos esteve na frente da delegacia da cidade exigindo que a situação não fique impune.
Um dos colegas de faculdade de Ferreira, que participa do protesto e prefere não se identificar, disse que estava no local onde ocorreu a confusão e que o amigo não fez nada que justificasse as agressões e tiros.
“Flavio é uma pessoa com comportamento exemplar, uma pessoa respeitadora, um cristão, família toda é serva de Deus e é um cara que não mexe com ninguém. Falo isso porque estudo com ele desde o início da faculdade, há uns seis anos estamos juntos. Não pode ficar impune porque foi um comportamento que não teve motivo, efetuou disparos contra meu amigo e, mesmo após ele [Flavio] estar no chão, baleado, ele teve a covardia de ainda agredir meu amigo com chute e murro no rosto dele”, disse o amigo.

Vídeo mostra momento em que Darlene toma a arma do sargento após ela atirar no homem — Foto: Reprodução
‘Nunca desrespeitou ninguém’
Nas imagens, que viralizaram, o sargento aparece segurando uma arma, visivelmente embriagado e sendo contido por Darlene. Certo momento, ele se aproxima de Flavio já no chão ainda bate nele. Novamente Darlene afasta o policial. (Veja o vídeo abaixo).
Segundo familiares, o estudante tinha ido assistir o jogo no bar com os amigos. A família também rebate a versão do policial, que alega que o estudante teria assediado Alda.
A mãe dele, Lúcia disse ainda que o estudante acordou após sedação e disse que não tinha feito nada. “Ele acordou e disse por três vezes: ‘mãe, eu não fiz nada’. Meu filho é um menino bom, eduquei para o mundo e ele nunca desrespeitou ninguém. Mas, a justiça de Deus é garantida! Sou mãe e estou sofrendo muito”, desabafa.
Amigos também estão se organizando para fazer um protesto pedindo justiça em frente ao batalhão da cidade de Epitaciolândia. Um perfil no Instagram “Justiça por Flávio” foi criado e já tem mais de 700 seguidores. A descrição diz: “Estudantes de medicina unidos em busca de justiça por nosso amigo”.

Sargento de trisal se envolve em briga e atira em jovem no interior do Acre
Os dois estavam afastados da PM
O que também chama atenção é que, segundo a PM, todas as armas institucionais que eles tinham cautela foram recolhidas há um mês. Ou seja, a arma utilizada não é da PM-AC. O recolhimento das armas se deu porque Alda está de licença especial por recomendação da policlínica e Nery está com atestado de 60 dias de um psiquiatra.
“Todas as armas institucionais que eles tinham cautela foram recolhidas há um mês. Seguramente a arma utilizada não é da PM-AC”, destacou a corporação.
O Comando da PM informou que está apurando disciplinarmente os fatos e tomará as medidas necessárias, mas destacou que a apuração criminal caberá à Polícia Civil. A nota diz ainda que o sargento ainda não se apresentou.
“No entanto, a PM continua em diligências com o fim de localizá-lo. A instituição reafirma que não compactua com ações que firam as normas legais ou que contrariam os valores castrenses seguidos pela corporação ao longo de sua história. Atitudes tomadas por quaisquer membros da corporação no âmbito de suas vidas privadas não refletem no posicionamento institucional e devem ser apuradas à luz do que determina a legislação”, destaca.
Segundo informações da polícia, a guarnição foi acionada para atender a ocorrência no bar e quando chegou ao local o homem já estava no chão e o sargento não estava mais no local. Testemunhas chegaram a dizer para a polícia que a confusão começou porque o homem que aparece no chão agrediu Alda e, por isso, Nery sacou a arma e atirou contra ele.

Alda Nery, Erisson Melo e Darlene Oliveira, estão há quase um ano em um relacionamento e comemoram — Foto: Daniel Cruz/Arquivo pessoal


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