A pandemia do novo coronavírus levou muitas pessoas a mudarem os hábitos, costumes e até mesmo de profissão. Foi o que aconteceu com o casal Flávia Cunha Fiorese e Renato Fiorese, ambos de 44. Eles deixaram o trabalho de representante comercial para investir em um ‘táxi dog’, que faz o transporte terrestre de cachorros entre vários estados do país.
Apaixonados por animais e donos de um canil, eles acabaram se adaptando a uma nova rotina e, nesta sexta-feira (26), eles chegaram ao Acre para fazer a entrega de cinco cães. Os dois saíram de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, no dia 6 de novembro e passaram por 31 cidades até chegar em Rio Branco, capital acreana.
“A gente representava indústrias que produziam sacolas plásticas personalizadas para lojas, boutiques. Com a chegada da pandemia, a gente se vi numa situação em que as indústrias pararam de produzir e as pessoas pararam de comprar. Mas, as contas não paravam de chegar, então pensamos que tínhamos que dar um jeito”, conta Flávia.
Ela diz que antes, o marido Renato fazia percursos pequenos para entregar alguns cães em locais próximos, om pandemia alguns amigos que têm canil começaram a fazer propostas para que levassem os animais a locais mais distantes e foi assim que eles mudaram totalmente de vida, sendo que hoje passam boa parte do mês nas estradas.
“Um amigo do Renato perguntou se ele não queria levar um cão para o Nordeste e assim fizemos o primeiro transporte [a longa distância], mas a intenção era fazer só esse. Na época, o transporte aéreo não estava sendo feito devido à pandemia e disse: vamos fazer só esse para socorrer o amigo que está no apuro e acabou. Só que depois disso a gente nunca mais parou, chega de uma viagem e já tem muitos clientes esperando, engrenou e acho que não largo mais. Está muito bom”, pontua.
Com o sucesso do negócio, eles já planejam ampliar o carro, investir num maior para comportar mais animais. Os dois são de Cachoeiro Itapemirim, no Espírito Santo, de onde eles saem e de lá fazem geralmente duas rotas, que vai para o Norte e Nordeste.
“Tenho clientes no Acre que não abrem mão de transportar com a gente”, conta.
Início
O trabalho começou em fevereiro de 2020, em uma doblô, que transporta entre 8 a 12 animais, dependendo do tamanho, os dois precisaram se reinventar com o novo momento vivido no país e foi assim que surgiu o empreendimento.
Em 25 dias eles transportam até 60 cães entre embarque e desembarque. O carro foi adaptado para colocar as gaiolas, foi retirado o banco traseiro e comporta até 12 animais, se forem filhotes. Caso seja adulto, entre 8 e 10 animais.
O custo do ‘táxi dog’ é de R$ 1 por quilômetro percorrido, mas, para locais mais distantes, como o Acre, eles estabelecem o teto de R$ 1,5 mil em média.
“A demanda nossa aumentou muito. Acho que o motivo que leva as pessoas a procurar a gente é porque somos criadores, temos um canil, e temos todo um conhecimento, manejo, gostamos muito e procuro dar para eles total conforto, mantê-los bem aconchegados, a gente para muito e dá bastante água, são duas refeições”, conta.
Para transportar, o criador precisa fornecer carteira de vacinação, atestado de saúde do cão, não pode ter pulga nem carrapato, estar limpo para viajar por se tratar de um ambiente coletivo.