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Brasil tem a 4ª pior taxa de desemprego em ranking com 44 países

Impulsionada pela crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, a taxa de desemprego no Brasil é a quarta maior de uma lista das 44 principais economias do mundo. O dado é de um estudo realizado pela agência de classificação de risco Austin Rating. Segundo o levantamento, o país supera em mais de duas vezes a média mundial no índice. A taxa de brasileiros sem trabalho é ainda a mais alta entre os integrantes do G20 (grupo que reúne os 19 países mais ricos do mundo e a União Europeia).


Dos países que compõem o G20, apenas três ainda não divulgaram números os oficiais de desemprego no terceiro trimestre: África do Sul, Arábia Saudita e Argentina. O índice de desocupação laboral no Brasil caiu para 13,2% no trimestre encerrado em agosto, atingindo 13,7 milhões de trabalhadores, segundo a última pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Antes da chegada da covid-19, a taxa estava abaixo de 12%, mas elevou-se para 14,7% no primeiro trimestre deste ano.


O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o Brasil feche 2021 com uma taxa de desemprego de 13,8%. Isso coloca a economia brasileira na 14ª pior posição no mercado mundial de mercado de trabalho.


Na avaliação do economista e sociólogo Vinícius do Carmo, o Brasil não está conseguindo acompanhar o crescimento do restante do planeta. “Em comparação com outros países, temos uma recuperação bem mais lenta. Perdemos até se formos comparados a outros emergentes. A nossa economia é pouco diversificada e pouco conectada globalmente. Isso nos leva a um beco: sem incentivo estatal, não há caminho de retomada. Por outro lado, o governo não teve competência para balancear sua parte fiscal, ficando com capacidade de investimento quase nula mesmo furando o teto”, observa.


Desesperança

Há três anos buscando um emprego com carteira assinada, Cícera dos Santos, 33 anos, mantém as duas filhas com as diárias de faxineira. Moradora da região http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativa do Sol Nascente, a renda da casa é composta pelo trabalho informal e com a aposentadoria da mãe.


Ela relata a rotina exaustiva na procura por uma vaga no mercado de trabalho formal. São dezenas de currículos entregues e muitos “nãos”. “Meu último emprego foi em maio deste ano e, desde então, faço faxina para completar a renda. Chego a enviar até 50 currículos por dia”, afirma.


A falta de acesso à internet também é um empecilho na procura por emprego. Para Cícera, a crise sanitária agravou ainda mais a situação pessoal. “Já não estava fácil antes da pandemia, ficou pior depois”, lastima.


Também moradora do Sol Nascente, Simone Bento Silva, 46, vende espetinhos na rua para compor a renda de casa. Ela procura emprego com carteira registrada há cinco anos e se sente cada vez mais desmotivada.


“Vejo muita dificuldade, principalmente por causa da minha idade”, lamenta. Simone acredita que não há igualdade na oferta de vagas e lembra de uma concorrente mais jovem que foi selecionada em um processo de preenchimento de função.


“Ela foi contratada, mas eu, não”, diz, desolada.


Fonte: Correio Braziliense
 


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