Sirajuddin Haqqani, que participou de encontro com os familiares, é ministro do Interior e está na lista de terroristas mais procurados do mundo pelos EUA
Ao mesmo tempo em que trabalha para angariar apoio internacional e ter seu governo reconhecido como legítimo, o Taleban não deixa de lado a essência extremista. Na segunda-feira (18), o ministro do Interior talibã, Sirajuddin Haqqani, participou de um encontro com familiares de combatentes que morreram em ataques suicidas no passado, segundo a Radio Free Europe.
No encontro, Haqqani elogiou a jihad e o “sacrifício dos mártires e mujahedin”, referindo-se a eles como “heróis do Islã e do país” e “guerreiros sagrados”. De acordo com a emissora estatal afegã RTA, que relatou o encontro, o jihadista prometeu US$ 125 e um lote de terra para cada família cujo parente morreu em uma explosão suicida.
Figura proeminente do atual governo talibã no Afeganistão, Haqqani é também um dos terroristas mais procurados do mundo, com uma recompensa de US$ 10 milhões oferecida pelo Departamento de Estado norte-americano. Ele é o idealizador da Rede Haqqani, um grupo extremista originário do Paquistão que passou a atuar sobretudo no leste do Afeganistão e em Cabul nos tempos da ocupação estrangeira.
À frente da organização terrorista, Haqqani já admitiu ter planejado, em janeiro de 2008, um ataque contra o Hotel Serena, em Cabul, que matou seis pessoas. Também foi o autor da tentativa de assassinato contra o presidente afegão Hamid Karzai, em abril de 2008, e de uma série de ataques contra as forças dos EUA e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Afeganistão.
Imagens do encontro foram publicadas na internet por apoiadores do Taleban no Afeganistão, mas Haqqani não exibe o rosto em nenhuma delas, pois aparece de costas ou com a face borrada toda vez que é enquadrado pela câmera. Ainda assim, nas imagens, é possível identificá-lo rezando e abraçando parentes dos combatentes suicidas.