Porto Walter volta a ficar sem médico e enfermeiro faz parto com orientação por telefone

Foto: Reprodução

O município de Porto Walter, localizado no Alto Juruá, está desde a semana passada sem nenhum médico no  Hospital da Família, de responsabilidade da secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). Dois médicos se revezavam no local a cada 15 dias, mas desde a semana passada nenhum profissional atende na unidade hospitalar.
Nesse domingo, 3, a adolescente Jaqueline Da Silva Ferreira, de 17 anos, grávida de 7 meses, chegou ao local perdendo líquido e com dores. O parto foi feito por um enfermeiro e dois técnicos em enfermagem sob orientação de médicos do SAMU de Cruzeiro do Sul, por meio de telefone.
O enfermeiro José Italo Menezes de Almeida conta que a grávida estava com fortes dores e perdendo líquido. Ele fez a regulação para o Tratamento Fora do Domicílio (TFD),  para que a adolescente seguisse de avião para Cruzeiro do Sul, para ser avaliada por um médico obstetra. Mas houve demora na transferência e piora no quadro da grávida. “Ela chegou às 8h30  e ao meio-dia e meia o avião ainda não tinha chegado e as  dores, contrações  e a perda de líquido se intensificaram. Sob orientação valiosa do médico do SAMU fizemos o parto e deu tudo certo. O bebê nasceu com 2 quilos. Em seguida o TFD deu certo e a mãe e o bebê, foram levados de avião para Cruzeiro do Sul para  passarem  pelos procedimentos e exames adequados. Como é um bebê prematuro requer atenção”, relata o enfermeiro.
Esta não é a primeira vez que Porto Walter fica sem médico, o que já resultou em morte de paciente. No dia 28 de fevereiro deste ano, a jovem Ana Paula morreu sem atendimento quando o município estava há 20 dias sem médico.
Ela procurou o Hospital de Porto Walter três vezes durante o dia e os médicos do SAMU de Cruzeiro do Sul, auxiliaram a equipe de enfermeiros pelo telefone mas a mulher morreu.
A vereadora Cleide Silva, diz que há crianças e idosos internados no Hospital de Porto Walter e cobra a presença de médico de forma permanente e não em regime de revezamento quinzenal no município.
“Entendemos que há carência de médicos no Estado mas essa situação não pode continuar dessa forma. Em Porto Walter moram acreanos que merecem chegar em um hospital e terem atendimento médico. A situação só não é mais grave porque os enfermeiros e técnicos que  estão na linha de frente atuam com muito empenho “, conclui a parlamentar.
No concurso público que o governador Gladson Cameli anunciou para este ano, deverá haver vaga de médicos para Porto Walter.


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