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Nova carreata pede Justiça por dentista morta em acidente causado por jovem que dirigia sem CNH no AC

Foto: Reprodução

Pelo segundo fim de semana seguido, amigos e familiares da dentista Maria Josilayne Ferreira Duarte, morta em um acidente no dia 29 de setembro, fizeram uma carreata neste sábado (9) pedindo justiça pela morte da jovem e para que o caso não caia do esquecimento.


O carro conduzido por Gabrielly Lima Mourão, de 19 anos, perdeu o controle e colidiu contra a moto que a dentista pilotava e ela morreu no local.


Gabrielly foi solta após passar por audiência de custódia e pagar R$ 2,2 mil de fiança. Com faixas que diziam: Justiça por Josi, os amigos vestiam camisetas com o rosto da dentista enquanto percorriam as ruas próximo onde o acidente aconteceu. A missa de sétimo dia foi no último dia 5 na Catedral Nossa Senhora de Nazaré.


O acidente aconteceu na Estrada da Floresta, em Rio Branco, quando Josilayne ia encontrar o noivo, Heverton Neri, mas ela acabou atropelada e morta após a condutora do carro, que dirigia sem habilitação, perder o controle do veículo.


A vítima tinha marcado de encontrar Neri quando ele saísse do trabalho para irem juntos à casa de uma amiga.


Na carreata, além de oração, o grupo reproduzia músicas. O ato encerrou no bairro Cidade Nova, em frente da casa onde a dentista morava.


Carreata percorreu principais rodovias de Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

Carreata percorreu principais rodovias de Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal


Vídeo do acidente

Nas imagens que mostram a avenida a uma certa distância, é possível ver que pelo menos quatro veículos passam pelo local e logo depois o carro aparece em alta velocidade na via e bate contra a motocicleta conduzida pela dentista. É possível ver que a moto é arremessada de forma violenta para trás.


‘O carro é uma arma’

Em entrevista à Rede Amazônica um dia após o acidente, o pai de Josilayne, Marcelo Roque, ainda bastante emocionado, disse que as pessoas precisam se conscientizar sobre os perigos do trânsito.


“Era uma filha que eu tinha o maior orgulho do mundo, mesmo não estando tão perto dela, acho que Deus sabe o que faz. Espero que essa pessoa tome consciência e que todo mundo tome consciência de que um carro é uma arma e você tem que saber o que você tá fazendo. Você tem que ser responsável. Ninguém é uma criança, minha filha com 19 anos já era uma mulher, uma cabeça incrível. Ela era tudo, tudo, tudo! O maior tesouro que eu tinha na minha vida”, desabafou entre lágrimas.


Ainda abalada pela perda, a família diz que quer justiça pelo que aconteceu e espera que o caso não fique no esquecimento.


“O que a gente não quer é que caia no esquecimento. Queremos justiça. Não só por ela, mas por todas a Josilaynes que tem por aí e ninguém teve coragem de gritar”, acrescentou a tia da vítima, Maira Andrade, sobre o que aconteceu.


No local do acidente, amigos e familiares fizeram uma corrente de oração — Foto: Arquivo pessoal

No local do acidente, amigos e familiares fizeram uma corrente de oração — Foto: Arquivo pessoal


Dia do acidente

À Rede Amazônica, na sexta-feira (1º), Neri falou que Maria Joseilayne tinha falado que iria mostrar algumas joias para uma amiga. Ele estava fechando a loja onde trabalha quando a companheira falou que em cinco minutos estaria lá para encontrá-lo.


Só que Maria Joseilayne atrasou e Neri desconfiou que algo tivesse acontecido à noiva.


Maria Josilayne e Heverton Neri estavam juntos há dez anos — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Maria Josilayne e Heverton Neri estavam juntos há dez anos — Foto: Reprodução/Redes Sociais


“Sentei lá fora com uma colega de trabalho e falei: ‘Meu Deus, tenho medo quando ela fala cinco minutos, porque ela vem em cinco minutos’. Ela era uma pessoa muito correta, tinha hora para sair e hora para chegar, só que o coração apertou naquela hora, aí a minha colega falou que ela atrasou porque tinha tido um acidente. Cheguei lá e vi ela em óbito. Tiraram ela de mim, tiraram a minha vida, me tiraram tudo, tiraram minha parceira da vida, minha vida”, contou aos prantos.


Gabrielly não tinha carteira de habilitação e foi autuada pelo crime de homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Ela chegou a ser levada ao Pronto-socorro de Rio Branco se queixando de dores e recebeu alta médica após passar por especialistas. Ainda no hospital, a Polícia Civil fez o interrogatório da jovem, que preferiu ficar em silêncio.


Heverton Neri esperava a noiva quando soube de acidente na Estrada da Floresta — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre

Heverton Neri esperava a noiva quando soube de acidente na Estrada da Floresta — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre


Motorista pediu para trocar de roupa no fórum

Conforme relatório informativo das condições sociais e pessoais, Gabrielly contou que mora com os pais e que não trabalha atualmente. Ela informou que tem feito consulta com psicólogo particular para depressão e que, às vezes, toma remédio natural para auxiliar na ansiedade.


No Fórum Criminal, ela disse que queria trocar de roupa, mas, segundo relatório, a jovem não aceitou as peças que são fornecidas pelo Atendimento à Pessoa Custodiada (Apec). O advogado particular dela, então, providenciou junto à família uma roupa e a medicação que tinha sido receitada para ela no PS para dor.


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