Mãe de universitária assassinada por estrangulamento desabafa, “pior dor”

Foto: Arquivo Pessoal

A voz de Wesliana Gonçalves Conrado, é a de uma mulher devastada. Ela é a mãe da estudante de direito Milena Cristina Gonçalves, 24 anos, assassinada na madrugada deste sábado (16/10), no apartamento onde morava, no Riacho Fundo.


Ao saber do crime, ela e a família correram para o prédio onde Milena morava. Sentado na escada, estava um homem que se identificou como Gabriel e que assumiu ter matado a estudante estrangulada. “Eu fiquei frente a frente com ele. Perguntei: ‘Por que você matou minha filha?’. Ele respondeu que estava triste e falou: ‘A senhora se acalme’”.


De acordo com a versão contada por Gabriel à Wesliana, ele foi convidado por dois amigos para ir à casa de Milena. No fim da contraternização, ele levou os rapazes de volta para Samambaia e seguiu, novamente, para o apartamento da estudante alegando que tinha esquecido um objeto. “Minha filha abriu a porta e ele tentou ter algo com ela. Quando ela não aceitou, ele disse que a estrangulou”, disse Wesliana.


De repente chegou uma pessoa chorando muito. “Era a mulher dele, grávida! Ele tem filhos e disse ser dono de uma loja de sapato em Samambaia com 25 funcionários. Falou que não ficaria preso porque ficou na cena do crime e tem estudo, tem pós-gradução”, detalhou aos prantos a mãe de Milena.


A investigação

O caso foi recebido pela 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), que é a central de flagrantes do DF. No entanto, será investigado pela 29ª DP, responsável pelo Riacho Fundo. De acordo com a ocorrência, o suspeito relatou em depoimento que ele e os amigos beberam e usaram entorpecentes, entre eles, cocaína. Falou ainda que ele e a vítima se conheceram na sexta-feira, dia anterior ao crime.


Quando a confraternização chegou ao fim, ele deixou os amigos em Samambaia e voltou para a casa de Milena. No relato dado à polícia, o homem diz que tiveram um ‘sexo violento’, mas não se recorda, por estar sob o uso de substancia entorpercente, como terminou. Quando amanheceu, acordou abraçado à vítima e tentou acordá-la. Descobriu que ela estava morta e chamou a PM.


O delegado de plantão autuou o homem por homicídio culposo (sem intenção de matar) e arbitrou uma fiança de R$ 5 mil que, até a publicação desta matéria, não havia sido paga. A atuação pode ser alterada após a saída do laudo cadavérico, que pode conter indícios de homicídio doloso. A reportagem não conseguiu contato da defesa do suspeito pelo crime. O espaço segue aberto para manifestações.


Fonte: Correio Braziliense


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