O secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do MME, José Mauro Coelho, defendeu a unificação do imposto estadual.
Em meio aos sucessivos aumentos nos preços da gasolina e do gás de cozinha, o governo federal tem batido na tecla para promover alterações no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Para o secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), José Mauro Coelho, a taxação estadual gera um “efeito cascata” sobre o preço final dos combustíveis e, por isso, ele defende a monofasia tributária.
“O ICMS é um percentual sobre o preço final do combustível. Então, isso também tem potencial de aumentar ainda mais o preço. É como se fosse um efeito cascata. O combustível aumenta, eu aplico um percentual sobre esse combustível e, com esse aumento, o valor do ICMS em real por litro aumenta também”, explicou o secretário em entrevista ao Brasil em Pauta, da TV Brasil, transmitida neste domingo (3).
A unificação das alíquotas do ICMS em todo o país faz parte das ações pretendidas por meio do Projeto de Lei Complementar (PLP) 16/21, do Poder Executivo. A proposta, encaminhada em fevereiro ao Congresso, não conseguiu acordo para votação em plenário, articulação que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem intensificado nas últimas semanas. Essa foi uma das principais conversas entre o líder da Câmara, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes nas discussões das tratativas econômicas.
A mudança é polêmica e preocupa os estados, que temem a perda de arrecadação. Bolsonaro tem pressionado pela aprovação do PLP, recorrendo ao Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer valer a mudança. Ele atribui ao ICMS a alta nos preços dos combustíveis. Os governadores rebatem, sustentando que não realizaram novos ajustes no percentual, mas que a gasolina já aumentou 40% neste ano.