Aparelhos são arremessados pela muralha para que detentos possam puxar os aparelhos para as celas, com linhas feitas de saco.
Em um período de menos de uma semana, policiais penais apreenderam 14 celulares que foram arremessados para dentro do presídio Manoel Neri, em Sena Madureira, no interior do Acre, por cima da muralha. Direção da unidade informou que apreensões ocorreram entre os dias 29 de setembro a domingo (3).
“Aqui em Sena é o presídio do estado que tem o maior índice de celulares arremessados por cima da muralha. E a gente julga que isso ocorre pelo fato da nossa unidade ser dentro da cidade”, diz o diretor da unidade, Francisco de Assis.
Durante os cinco dias, foram apreendidos além dos celulares, nove carregadores e duas baterias. Do total, apenas um celular foi encontrado pelos policiais dentro de uma cela. Os demais estavam do lado de dentro da muralha e não chegaram às mãos de nenhum detento.
“Não conseguimos prender ninguém porque os criminosos se aproximam, jogam e correm em direção à mata. Então, o índice aqui é muito alto em relação ao restante do estado”, explica o diretor.
Conforme Assis explicou ao g1, os aparelhos são envolvidos em sacos plásticos ou câmaras de ar de bicicleta e até mesmo em esponjas, no caso dos aparelhos smartphones, para não quebrar a tela.
“Eles amarram em linha de pesca e jogam por cima da muralha para que os de dentro da cela, com outra linha fazem de saco, grampo de escova de dente ou prestobarba e amarram para tentar puxar o que cai no pátio”, conta.
Os locais escolhidos são a parte de trás da unidade, pela rua da frente e um dos lados que faz divisa com o Deracre. Assis conta que muitas vezes eles jogam um pacote vazio para atrair a atenção dos policiais para um determinado ponto e jogam os aparelhos por outro local para tentar evitar o flagrante.