Após três meses intensos de seca, queimadas, muita fumaça e calor, o registro das primeiras chuvas chegaram com o mês de outubro, o estado acreano deixa para trás o verão e começa o período do “inverno Amazônico”, conhecido pelo período de chuvas.
E para o início de 2022, quando as chuvas devem se tonar mais intensas, o meteorologista Alejandro Fonseca alerta para níveis extremos o que pode impulsionar as enchentes.
O meteorologista diz que a Amazônia tem suas particularidades no que diz respeito à biodiversidade com ambiente natural de floresta tropical rico pelos seus serviços ambientais. Dentre eles, o ciclo das chuvas. Por isso, na região, são claramente as duas estações características e por isso são denominadas de inverno – época das chuvas intensas – e verão – quando as chuvas se tornam escassas.
“O verão se estende entre os meses de junho e agosto e o inverno entre os meses de outubro e abril. Maio é o mês de transição da estação chuvosa para a seca e setembro o mês de transição para a estação chuvosa. As chuvas de outubro geralmente estão associadas à chegada das últimas frentes frias que afetam esta região ocidental”, explica.
Fonseca acrescenta que, em outubro, as chuvas ainda são esparsas e, aos poucos se tornam mais frequentes e volumosas. Tanto que o volume de chuva esperado para outubro, – de 150 milímetros – já começou a aumentar em relação a setembro, que teve expectativa de 100 milímetros, mas ficou abaixo do esperado.
“A partir daí, o inverno amazônico incrementa suas chuvas até o mês de janeiro ou fevereiro, após isso inicia-se o declínio do acumulado mensal das chuvas”, acrescenta.
Previsão
Conforme o meteorologista, o volume das chuvas vai crescendo gradativamente. Veja previsão do acumulado em números redondos:
- outubro: 150 milímetros
- novembro: 200 milímetros
- dezembro: 250 milímetros
- janeiro: 300 milímetros
- fevereiro: 300 milímetros
Fonseca afirma que os meses mais chuvosos como janeiro e fevereiro, podem ter valores extremos e superar os 400 milímetros.
“Neste ano a distribuição média das chuvas espera-se que acompanhe o estimado, segundo a climatologia, mas os meses mais chuvosos podem apresentar valores extremos de chuvas e os acumulados mensais em janeiro ou fevereiro ultrapassarem 400 mm de chuvas. Tal comportamento não é incomum, eles determinam no Acre as alagações, que afetam milhares de pessoas”, conclui.