Um cachorro entrou na ambulância com a dona e a aguardou na porta do hospital em Morro da Fumaça, no Sul de Santa Catarina. De acordo com o técnico de enfermagem Clênio Borges, a paciente se sentiu mais segura com o mascote ao lado. O cão só saiu da porta do hospital quando ela teve alta.
O caso ocorreu por volta das 22h de quarta-feira (27) no Centro da cidade. A tutora do cachorro estava passando por um surto psicótico em uma rodovia que liga Morro da Fumaça à vizinha Criciúma, na mesma região. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência foi chamado pela Polícia Militar.
Conforme o técnico em enfermagem, a mulher não queria ir ao hospital. Os socorristas tentaram colocá-la na maca da ambulância, mas o cachorro pareceu não gostar da ideia. “O animal viu e o instinto de proteção falou mais alto. Falamos ‘teu cachorrinho está querendo morder a gente. Não precisa ficar na maca”, contou Borges.
Com isso, os socorristas conseguiram que a mulher fosse andando até a ambulância. E ela só aceitou ser levada ao hospital se o cão fosse junto. “Não queríamos levar o animal por uma questão de higiene. Mas ela disse que só iria se o mascote fosse junto. Já era tarde, estava chovendo. Resolvemos abrir uma exceção à regra”, relatou o técnico de enfermagem.
Segundo ele, após se aproximar da dona na ambulância, o cão ficou tranquilo ao lado do pé da mulher. “Quando a gente chegou ao hospital, ele queria entrar para a recepção. O hospital foi mais rígido e não deixou ele entrar. Ele ficou na porta esperando”, contou.
Os socorristas continuaram o trabalho. Cerca de uma hora e meia depois, precisaram voltar ao Hospital São Roque, de Morro da Fumaça, para levar outro paciente. “Quando a gente chegou lá, ela [dona do cachorro] estava de alta. Tinham chamado o marido dela pra levá-la pra casa. Quando ele abriu a porta do carro, o cão reconheceu o também dono, entrou no carro e foram embora”, disse Borges.
A secretária do Sistema de Saúde de Morro da Fumaça, Marijane Felippe elogiou o trabalho dos socorristas. “Demos os parabéns à equipe pelo atendimento humanizado, porque é preciso trabalhar com esses olhos. A mulher se sentiu segura para receber atendimento, era o que tinha que se fazer no momento”.
O município destacou que as ambulâncias passam por ampla higienização ao final de cada atendimento.
Fonte: G1