Audiência começa às 8h30 desta quarta-feira (6) na 1ª Vara do Tribunal do Júri em Rio Branco. Rodrigo Duarte Gomes e Anderson Oliveira da Silva, que está foragido, respondem pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto.
O acusado de matar a namorada e jogar o corpo de Rosiane Martins Cavalcante, de 26 anos, dentro de uma cisterna vai ser ouvido nesta quarta-feira (6) em audiência de instrução na 1ª Vara do Tribunal do Júri em Rio Branco. O corpo da jovem foi achado em setembro do ano passado na casa dela no bairro Eldorado, em Rio Branco.
Rodrigo Duarte Gomes vai responder por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, feminicídio e furto. Anderson Oliveira da Silva, que está foragido, também responde pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Conforme a Justiça, além do acusado, devem ser ouvidas também seis testemunhas de acusação e defesa. A audiência está marcada para começar às 8h30. Ao g1, o advogado de defesa, Andriw Souza Vivan disse que deve se pronunciar somente após o fim da audiência.
A juíza da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Luana Campos, recebeu denúncia contra os dois em abril deste ano e deu um prazo de 10 dias para que respondessem às acusações por meio de advogado. No mesmo documento, a magistrada converteu a prisão temporária de Gomes em preventiva e expediu mandado de prisão contra ele. Ele está preso, mas Silva segue foragido.
O corpo de Rosiane foi achado na do dia 6 de setembro do ano passado dentro de uma cisterna da casa onde ela morava Travessa JK, bairro Eldorado. A família relatou para a polícia que o último contato com a jovem tinha sido dois dias antes. A vítima tinha um fio enrolado no pescoço e teve o rosto coberto pela blusa que ela vestia.
Denúncia
Conforme a denúncia do MP, Rosiane era garota de programas e mantinha um relacionamento amoroso com Gomes, que dizia aceitar a profissão da jovem, mas, na verdade, tinha ciúmes dela. A dupla foi denunciada pelo MP-AC no último dia 13 de abril e a juíza aceitou a denúncia no dia 15.
Até que em determinado dia, o outro acusado teria mandado conversas de aplicativo para Gomes afirmando que seriam provas de uma traição por parte de Rosiane e instigando-o a tomar providências contra ela. Foi quando os dois foram até a casa da jovem para confrontá-la sobre a suposta traição e ela acabou morta por estrangulamento. Depois, eles a jogaram na cisterna.
Após matar a mulher, o acusado ainda teria feito uma mudança com as coisas dela. Rosiane revendia produtos de beleza, roupas, lençóis, perfumes e essas coisas foram achadas com o suspeito.
Companheiro recapturado
Cinco meses após ser solto da Delegacia de Flagrantes de Rio Branco, após a polícia se atrapalhar com uma decisão judicial, Rodrigo Duarte Gomes, foi localizado e recapturado, no final de março, em uma comunidade ribeirinha do município de Porto Walter às margens do Rio Grajaú, no interior do Acre.
Desde que foi solto por engano em Rio Branco ele era procurado, mas conseguiu fugir da capital para Cruzeiro do Sul e de lá foi para zona rural de Porto Walter. Ao tomar conhecimento do paradeiro de Gomes, a polícia montou cerco na área, que é de difícil acesso, e conseguiu localizar e prender o homem.
Além da suposta participação na morte da jovem, ele também tinha um mandado de prisão em aberto pelo crime de roubo.
Depois que foi preso pela morte da jovem em setembro de 2020, o homem já tinha conseguido fugir da delegacia de Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic), após fazer um buraco na cela. Ele também tinha fugido em maio do ano passado do Complexo Penitenciário de Rio Branco, quando oito presos deixaram a unidade após fazerem um buraco na cela.
Rodrigo Duarte Gomes saiu pela porta da frente da Defla após polícia se atrapalhar com decisão da Justiça — Foto: Divulgação/Iapen-AC
Saiu pela porta da frente
O suspeito, que cumpria um mandado de prisão temporária pela morte da jovem, tinha sido levado para a Delegacia de Flagrantes de Rio Branco (Defla) depois de danificar, pela segunda vez, uma cela da delegacia da 1ª Regional. Ele passou por uma audiência de custódia pelo crime de dano ao patrimônio, onde o juiz decidiu pela liberdade provisória.
Na época, o delegado-geral de Polícia do Acre, Josemar Portes, informou que a Corregedoria informou que iria apurar se houve algum tipo de erro por parte da polícia. Ao g1, o corregedor, delegado Fabrízzio Sobreira informou que todos os envolvidos foram ouvidos, que o procedimento está em fase de decisão final quanto à possível responsabilidade de servidores.
Ainda na época, o Tribunal de Justiça afirmou que a decisão de liberdade provisória na audiência de custódia foi com relação ao crime de dano ao patrimônio e nada tinha a ver com a prisão temporária pelo crime de homicídio. Segundo a Justiça, a delegacia deveria ter consultado o sistema para checar se o suspeito cumpria alguma outra medida. Logo após perceber a situação, a polícia começou a fazer buscas pelo suspeito, que não foi mais localizado na capital.