Situação financeira da TV líder em audiência desperta mais atenção após prejuízo relevante no primeiro semestre.
Demissões de funcionários, não renovação de contratos com artistas, contestação na Justiça do valor a ser pago pelos direitos da Copa do Mundo, corte de despesas. Nos últimos meses, a Globo gerou incontáveis manchetes a respeito desses assuntos.
A reestruturação financeira do maior e mais visto canal de TV do País gerou boatos. Quem abomina a emissora – e são muitos, da direita à esquerda, especialmente lulistas e bolsonaristas – apressou-se em decretar uma crise. Outros foram além: deram como certa a falência.
A recente divulgação de que a Globo teve prejuízo de R$ 114 milhões no primeiro semestre animou ainda mais aqueles que, em guerra ideológica, torcem por seu fim. Na internet ganhou força a informação sobre uma dívida bilionária e supostamente impagável do canal carioca.
Às verdades. Sim, o Grupo Globo possui passivos futuros relevantes. De acordo com o balanço exposto em março, a TV fechou 2020 com dívida de R$ 5,4 bilhões atrelada à emissão de bônus. Um ano antes, era de R$ 3,7 bilhões. Esse aumento se deu pela valorização do dólar em relação ao real.
Os vencimentos da dívida serão em 2025, 2027 e 2030. A emissora tinha no final do ano passado caixa suficiente para quitar os compromissos: R$ 13,6 bilhões na conta, mais de duas vezes a quantia devida. Parte das reservas resulta de investimentos.
A resposta objetiva aos inimigos da Globo: não, não vai falir. Apesar da queda do lucro de 2019 a 2020 (de R$ 752,5 milhões para R$ 167,8 milhões) e da retração de janeiro a junho deste ano, a empresa está em situação confortável, sob controle.
E qual a perspectiva diante do cenário pessimista da economia? A TV deve ter desempenho positivo no segundo semestre em consequência de novas reduções de gastos e do aumento de verba publicitária dos grandes anunciantes animados com o controle da pandemia.
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