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Indígenas de Porto Walter denunciam que impostores se passam por líderes de etnia para receberem vantagens: MPF foi acionado

Foto: Reprodução

Lideranças indígenas da Aldeia Shawãdawa, fizeram na manhã dessa quinta-feira, 21, uma denúncia no Ministério Público Federal. Os índios alegam que nos últimos anos pessoas físicas e até empresas com sede no estado de São Paulo, estão utilizando o nome da tribo como marca de produtos medicinais, a fim de atrair o consumidor que tem interesse nos produtos da cultura indígena.
Ao tomar conhecimento da fraude os líderes da aldeia que fica no município de Porto Walter, protocolaram uma denúncia na delegacia da Polícia Federal, no Ministério Público Federal e na Funai.


O cacique José Maria, diz que pessoas que não moram na aldeia seguem fazendo rituais que só é permitido para lideranças que vivem na tribo. “Quem vive fora da aldeia está sujando nossa imagem afirmando que é cacique, curandeiros. São pessoas que estão no Rio de Janeiro e São Paulo”.


Sobre a denúncia apresentada às instituições federais, o cacique disse que tem pessoas vindo do estado de São Paulo comprar terras do município para criar aldeias clandestinas com o objetivo de se beneficiar financeiramente, trazendo turistas de outros estados e de outros países. “Já são duas terras que foram compradas pelas mesmas pessoas, em que já saiu alguns índios para morar, no entanto alguns já voltaram porque nada deu certo”.


O representante dos índios fora da aldeia disse que no município de Porto Walter só existem três aldeias registradas pela Funai. Qualquer uma fora delas, são de pessoas querendo se beneficiar e tirar proveito dos índios, como aconteceu recentemente em que um índio que mora no estado de São Paulo participou de um programa de Tv se apresentando como liderança da aldeia. “As pessoas usam o nome da tribo, conseguem os benefícios e isso não chega na aldeia. Um exemplo foi uma pessoa que foi no programa do Caldeirão do Huck, vendeu um projeto e ganhou um valor e esse valor nunca chegou na aldeia”.
O advogado Roberto Oliveira, afirmou que as denúncias feitas, são para que as instituições federais possam tomar conhecimento e tomar providências, para manter a origem desses povos preservadas. “Nós faremos e iremos onde for preciso para que nós mantenhamos a origem desses povos preservadas”, disse.


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