A Organização Mundial da Saúde (OMS) acrescentou uma nova variante do coronavírus à sua lista de monitoramento. É chamada de variante Mu, classificada como uma variante de interesse (VOI). Esse termo significa é que a Mu tem diferenças genéticas em relação a outras variantes conhecidas e está causando infecções em vários países, portanto, pode representar uma ameaça específica à saúde pública.
É possível que as alterações genéticas da variante Mu possam torná-la mais transmissível, responsável por doenças mais graves e mais capaz de escapar da resposta imune impulsionada por vacinas ou infecção com outras variantes. Isso, por sua vez, pode fazer com que a variante seja menos suscetível a tratamentos.
Observe a palavra “pode”. Uma variante de interesse (VOI) não é uma variante de preocupação (VOC), que é uma variante que comprovadamente adquire uma dessas características, tornando-a mais perigosa. A Mu está sendo monitorada de perto para ver se deve ser reclassificada como uma VOC. Temos que esperar que não.
Existem quatro outras VOIs sendo monitoradas pela OMS — Eta, Iota, Kappa e Lambda — mas nenhuma delas foi reclassificada como VOC. Isso pode acontecer também com a Mu, mas é preciso aguardar mais dados.
O que torna Mu particularmente interessante (e preocupante) é que ela tem o que a OMS chama de “constelação de mutações que indicam propriedades potenciais de escape imunológico”. Em outras palavras, tem a marca de ser potencialmente capaz de driblar a proteção da vacina existente.