Gabriel Medina é tricampeão mundial de surfe. O brasileiro venceu duas vezes o conterrâneo Filipe Toledo na decisão da WSL Finals, em Trestles, nos Estados Unidos, nesta terça-feira (14), e faturou seu terceiro título – repetindo os feitos de 2014 e 2018. Com isso, se torna o primeiro atleta do país com três taças da Liga Mundial de Surfe.
O paulista de Maresias também entra para um seleto grupo do esporte. Apenas seis surfistas têm ao menos o tricampeonato, incluindo o americano Tom Curren (vencedor em 1985/86, 1986/87 e 1990), o havaiano Andy Irons (2002, 2003 e 2004) e o australiano Mick Fanning (2007, 2009 e 2013).
Medina fica a um título de igualar Mark Richards, o segundo maior vencedor do Circuito Mundial. O australiano faturou os torneios de 1979, 1980, 1981 e 1982. Já o maior campeão da história é o norte-americano Kelly Slater, com 11 conquistas.
“Conquistei o meu maior objetivo no surfe. Estou chorando agora porque é um mix de emoções. Estou feliz, emocionado. Foi um ano longo, sabe? Os outros caras me incentivaram. Sou feliz de fazer parte de time (brasileiro). Eles me puxam e eu puxo o nível deles”, comemorou.
A final
Líder do ranking masculino na temporada regular, Medina já entrou classificado para a decisão, e precisou esperar as outras eliminatórias. Até que conheceu seu adversário na decisão: Filipe Toledo, que eliminou o campeão mundial e olímpico Italo Ferreira na semifinal.
Medina abriu a primeira bateria com uma nota 5, enquanto Toledo respondeu com um 7. Gabriel virou, mas viu o rival conseguir um 8,33 dos juízes. Gabriel então arrancou um 9 e manteve a ponta. Precisando de um 7,98 para virar, Toledo pegou mais uma onda faltando cinco minutos para o fim, mas ganhou um 7,37, pontuação insuficiente para bater Medina: 16,30 a 15,70.
A segunda bateria também começou com Filipinho na frente, conseguindo uma nota 7,83, contra 6,33 de Gabriel. Pouco depois, Medina respondeu com um 8,50.
Faltando 18 minutos para o fim, a etapa foi interrompida por causa de um tubarão que, de acordo com a organização, tinha cerca de 1,80m de comprimento. Durante a pausa, toda a área de competição foi vasculhada, para garantir que o animal já não estava mais no local.
Com o tubarão afastado, Medina encaminhou o título com um backflip, que lhe valeu a nota 9,01. Fim de bateria: 17,53 a 16,36.
“Não é todo dia que você realiza um sonho. Todo sonho parece impossível. Hoje é um dia especial pra mim. Eu tenho isso há muito tempo comigo. Tem que trabalhar duro. Não tem outro caminho. Tem muita paixão. Tem que deixar o surfe falar. Esse dia vai ficar pra sempre na minha vida. Tive que surfar muito pra conquistar”, comemorou.