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“Tenho medo que ele apareça e a leve de novo”, diz mãe que reencontrou a filha após quase 3 anos

Foram dois anos e oito meses de espera para poder abraçar a filha novamente. Muitas noites em claro, se perguntando: quando teria a criança de volta em casa, em Sinop (a 500 km de Cuiabá)? Agora, I.S.B., de 5 anos, já está de volta para os braços da mãe.
A menina foi levada pelo pai, em janeiro de 2019. O homem, conforme previsão judicial, tinha a guarda compartilhada com a mãe da garota e ficava com a menina aos finais de semana, de sexta-feira a domingo.
Até que, no dia 15, uma terça-feira, de forma atípica, ele pediu à ex-companheira a autorização para buscar a menina. Ela consentiu, uma vez que o pai da garota disse que eles iriam comprar roupas. Porém, o homem jamais retornou com a criança.


Ida para Rondônia

A mãe registrou o desaparecimento da filha na polícia e tentou buscar pela menina até que, parentes do ex-companheiro, a informaram que ele e a menina estavam em Rondônia.
O paradeiro foi comunicado em 2020, quando já tinha mais de um ano que a mulher sequer falava com a filha por telefone. Nessa época, então, a mãe procurou a Defensoria Pública que fez o pedido para que a criança fosse resgatada.
A Justiça chegou a expedir a ordem, porém, o pai não foi encontrado com a menina.


Encontro em Recife

Em agosto deste ano, uma nova notícia veio. A criança estava em Recife com o pai, vivendo nas ruas da Capital pernambucana. A mudança aconteceu após a morte da avó paterna da menina.
O pai e a menina foram encontrados em um abrigo para pessoas em situação de vulnerabilidade. A descoberta do paradeiro foi feita pela direção do local de acolhimento.
Mais uma vez, a mãe mato-grossense foi até a Defensoria Pública, agora, em Juara (709 km de Cuiabá), onde mora atualmente, e pediu auxílio para conseguir a filha de volta.
A defensora pública Carolina Henrica Giordano assumiu o caso e requereu à Justiça que a menina fosse entregue a um abrigo para crianças, em Recife. A determinação judicial foi remetida para a Delegacia de Polícia de Crimes contra Crianças e Adolescentes que deu cumprimento à ordem.
A reportagem do LIVRE tentou contato com a Polícia Civil de Pernambuco para entrevistar as autoridades policiais que estiveram envolvidas no caso e questionar quais as medidas foram adotadas com relação ao pai.
A assessoria de imprensa limitou-se apenas a reforçar que a ordem judicial que existia em aberto foi cumprida.


O reencontro

A mãe diz que contou com o apoio da Defensoria também para ir até Recife buscar a filha. O reencontro foi emocionante, ainda que para a criança seja uma situação incompreensível.
Mãe e filha voltaram para Mato Grosso e estão em Juara. “Ela, às vezes me chama de mãe, em outros momentos fala tia. Ainda está se acostumando, mas tem se alimentado e dormido bem”, conta.
Apesar de hoje estarem juntas, há ainda a apreensão de que sejam separadas novamente. “Eu tenho medo que ele venha aqui e pegue ela de novo, sim. Não sabemos do que ele é capaz”, diz a mulher em tom preocupado.
O casal ficou junto por apenas três meses e se separou logo no início da gravidez da mulher.
A defensora pública informa que entrará em contato com a Secretaria de Saúde e Assistência Social do município para que solicitar o acompanhamento da criança.


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