Sete vacinas obrigatórias para crianças têm cobertura abaixo de 50% no Acre em 2021, aponta PNI

Sete vacinas obrigatórias que todas as crianças precisam tomar, segundo recomendações das autoridades de saúde, estão muito abaixo da meta de vacinação no Acre.


Os dados são do Programa Nacional de Imunização (PNI) no Acre e mostram a comparação entre os índices de vacinação nos últimos cinco anos. Segundo a gerente do núcleo, Renata Quiles, a epidemia do coronavírus pode ter sido uma das causas que levou à queda na procura.


Os números mostram que uma das vacinas mais importantes, a BCG, que é contra a tuberculose, está com cobertura de 32,43% no estado, sendo que o recomendável é que haja, ao menos, 90% da faixa etária vacinada. Do total de 16.280 crianças que teriam que ter tomado a vacina este ano, somente pouco mais de 5,2 mil foram imunizadas.


“Apesar de menos atingidas pela Covid-19, as crianças ficaram mais suscetíveis a outras doenças que podem ser evitadas com vacinas disponíveis há décadas no Brasil. A cobertura de vacinação contra infecções como tuberculose e sarampo, que já vinham em queda, despencou ainda mais. As taxas voltaram aos níveis da década de 1980. São números que nos assustam, sei que o momento de toda população é de pensar na pandemia, mas nos assusta o abandono da vacinação, principalmente nas crianças menores de um ano de idade, caíram principalmente em 2020 e 2021”, disse Renata.


As outras seis vacinas infantis, com meta de 95%, que não atingiram o índice previsto foram: rotavírus, pneumocócica, meningocócica C, pentavalente, febre amarela e poliomielite. Junto com a BCG, elas protegem as crianças contra as doenças graves mais comuns na infância.


“Temos pelo menos nove vacinas que são dadas no primeiro ano de vida e todas elas apresentam esse mesmo cenário, cobertura em 2017 em torno de 80 a 90%, e 2020 e 2021 estamos nesse cenário assustador, que não chegamos nem a 30% de cobertura vacinal de vacinas que protegem contra meningite, tuberculose grave, pneumonia, febre amarela. São doenças que podem retornar para nosso convívio e nós não queremos. Se está difícil lidar com a Covid-19 imagina lidar com surto de febre amarela, de sarampo. Não há desculpa para o que vem acontecendo, as vacinas de rotina não faltam, elas estão sempre disponíveis nas unidades de saúde”, alertou.


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