Réu no STJ, Wilson Lima terá aumentada dificuldade eleitoral e administrativa, diz presidente de Comitê de Combate à Corrupção

Governador Wilson Lima agora é réu pelos crimes de dispensa irregular de licitação, fraude a procedimento licitatório, peculato, liderança em organização criminosa e embaraço às investigações
A busca pela reeleição do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), vai ficar mais difícil após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o coloca em réu na ação penal por crimes praticados na compra superfaturada de ventiladores pulmonares (respiradores), torna mais difícil a vida do chefe do Executivo e o objetivo de reeleição no pleito de 2022.
A análise é do presidente do presidente do Comitê Amazonas de Combate à Corrupção, o advogado Carlos Santiago, feita nesta terça-feira (21/09), a pedido do 18Horas. Ele considera que a partir da decisão unânime do STJ , Wilson Lima terá mais dificuldade para reverter as imputações feitas pela Procuradoria Geral da República (PGR) pelos crimes de dispensa irregular de licitação, fraude a procedimento licitatório, peculato, liderança em organização criminosa e embaraço às investigações.
“Até pela forma unânime como foi decidido, pela Corte Especial do STJ, torna a vida do governador muito difícil. É muito difícil rever uma decisão quando essa decisão tem a unanimidade. Terá dificuldade de se recorrer ao STF (supremo Tribunal Federal) por conta disso e ao próprio STJ, em recursos previstos em leis”, analisou.
Carlos Santiago disse que o caminho político do governador se embaraça em meio às acusações da PGR. “A situação política do governador fica muito mais difícil também. Porque a sua reeleição fica mais distante por conta dessa decisão. Em função disso, tudo aquilo que o governador tem feito, que estava sendo feito, se movimentando para articular aliados, para promover ações positivas para o governo, tudo vai ficar muito enfraquecido perante à opinião pública em função das acusações que ele, agora, como réu, responde”, afirmou.
Carlos Santiago considera que o governador WIlson Lima enfraquece politicamente após o recebimento da denúncia no STJ. “Ainda mais quando o governo neste momento faz aceno para categorias profissionais do Estado no sentido de seu reajuste salarial, em função devido, inclusive, à sua condição de pré-candidato, de intenção de reeleição. Então, a situação do governador no âmbito da justiça é muito difícil, no âmbito da política é muito mais difícil, e no aspecto http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativo, se tornou um governador fraco, sem força, pode ser até que ele que fique isolado, mas que não terá na sua http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração reforço algum para o seu projeto político para se manter mais quatro anos no poder”, disse.
Em nota distribuída à imprensa, o governador Wilson Lima disse: “Nunca recebi qualquer benefício em função de medidas que tomei como governador. A acusação é frágil e não apresenta nenhuma prova ou indício de que pratiquei qualquer ato irregular. Agora, terei a oportunidade de apresentar minha defesa e aguardar, com muita tranquilidade, a minha absolvição pela Justiça. Tenho confiança na Justiça e a certeza de que minha inocência ficará provada ao final do processo.”
Crime
Segundo o MPF, os crimes ocorreram na compra de 28 respiradores, cujo superfaturamento teria causado prejuízo de mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos. O preço de mercado de um respirador era cerca de R$ 17 mil, mas os itens foram comprados pelo governo por mais de R$ 100 mil cada.
Na denúncia, o MPF descreve irregularidades na forma de condução da compra emergencial, na emissão de pareceres e na dispensa da licitação, além de apontar o desvio de recursos públicos destinados ao combate à pandemia no Amazonas.
Segundo o MPF Wilson Lima atuou diretamente para que um empresário cuidasse dos procedimentos para a compra dos respiradores – intermediação que, posteriormente, teria gerado as compras fraudulentas.
 


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