Salto de 1,14% faz IPCA-15 acumular variação superior a 10% no período entre outubro de 2020 e setembro de 2021, aponta IBGE
A prévia da inflação de preços no Brasil saltou 1,14% em setembro. A variação é a maior para o mês desde 1994, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em agosto, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que indica os rumos da inflação oficial, havia avançado 0,89%, o que correspondeu à maior alta do indicador para o mês desde o salto de 1% apurado em 2002.
Com a nova aceleração, o indicador acumula alta de 10,05% nos últimos 12 meses, patamar acima do teto da meta perseguida pelo governo, de 5,25%. Já em 2021, a inflação soma alta de 7,02%.
Mais uma vez, os preços da gasolina e da energia elétrica foram aqueles que, individualmente, tiveram o maior impacto no índice, ambos com 0,17 ponto percentual. As variações fizeram com que os grupos de transportes (2,22%), alimentação e bebidas, (1,27%) e habitação (1,55%) representassem os maiores impactos no bolso das famílias no período de coleta.
De acordo com o IBGE, a gasolina subiu 2,85% e acumula alta de 39,05% nos últimos 12 meses. Os demais combustíveis também ficaram mais caros, com destaque para o etanol (4,55%), gás veicular (2,04%) e óleo diesel (1,63%). No grupo, destaca-se ainda a alta nos preços das passagens aéreas, que subiram 28,76% em setembro, terceiro maior impacto no resultado final da prévia da inflação do mês.
Já o grupo habitação foi puxado mais uma vez pela alta na energia elétrica (3,61%), apesar da alta em ritmo menor do que a de agosto (+5%). A nova valorização leva em conta a adoção da bandeira tarifária de Escassez Hídrica a partir de 1º de setembro, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.
Alimentação
A prévia da inflação mostra ainda que a alimentação no domicílio ficou 1,51% mais cara em setembro, resultado que corresponde a uma aceleração em relação a alta de 1,29% do grupo apurada no mês de agosto.
O principal vilão para as refeições dentro de casa foi a carne, que ficou 1,1% mais cara no período. Também subiram os preços da batata-inglesa (10,41%), do café moído (7,80%), do frango em pedaços (4,70%), das frutas (2,81%) e do leite longa vida (2,01%). Por outro lado, houve queda pelo oitavo mês consecutivo nos preços do arroz (-1,03%) e pelo sexto mês consecutivo nos preços da cebola (-7,51%).