Esse risco, porém, é extremamente remoto, segundo vêm explicando geólogos.
Pelo Facebook, a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), que monitora esse tipo de atividade, destacou que, mesmo após o início da ação eruptiva em La Palma, “o risco para o Brasil segue muito baixo” e que não há nenhum alerta de tsunami.
Mas mesmo na época, disse ele pelo Twitter da RSBR, “a conclusão foi de que era muito pequena a probabilidade de que o deslizamento fosse suficientemente grande para provocar um tsunami perigoso”. Para que um tsunami dessa origem chegasse ao Brasil, a atividade vulcânica teria de ser “excepcional para derrubar uma parte da ilha provocando um deslizamento gigantesco em direção ao mar”, agregou. Não é o caso até o momento.
Como informa a Agência Brasil, estudos do pesquisador americano George Pararas-Carayannis, presidente da Sociedade Internacional de Tsunamis, também apontam que esse risco de tsunami em regiões distantes das Ilhas Canárias tem sido, há anos, “imensamente exagerado”.
Segundo ele, “atenção e publicidade inapropriadas da mídia a tais resultados probabilísticos têm criado uma ansiedade desnecessária de que megatsunamis poderiam ser iminentes e devastar populações costeiras em localidades distantes da origem – nos oceanos Atlântico e Pacífico”.
Também pelo Twitter da RSBR, o coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Anderson Nascimento, afirmou que “a atividade vulcânica na região das Canárias é comum e monitorada” e o risco de ela ter algum desdobramento no litoral brasileiro era muito baixo.
Imagens feitas à noite na ilha espanhola mostram fontes de lava disparando pelo céu e escorrendo pelo vulcão, atingindo algumas casas pelo caminho. A população já havia sido orientada a abandonar o local – segundo o líder das Ilhas Canárias, Angel Victor Torres, cerca de 5 mil pessoas foram evacuadas e não havia nenhum relato de ferimentos provocados pelo vulcão.
“Não imaginamos que ninguém mais tenha de ser retirado. A lava está se movendo rumo à costa e o dano será material”, disse ele, segundo a agência Reuters. “Segundo os especialistas, há cerca de 17 a 20 milhões de metros cúbicos de lava”.
Apesar disso, a ilha de La Palma continuava a receber tráfego aéreo, e o premiê espanhol Pedro Sánchez visitou o local de avião neste domingo. “Temos os recursos (para lidar com a erupção), os cidadãos podem ficar tranquilos”, declarou ele, também segundo a Reuters.
Ainda não se sabe quanto tempo durará a erupção, informou Stavros Meletlidis, especialista do Instituto Geográfico Espanhol, acrescentando que a lava será medida diariamente.
La Palma estava sob alerta máximo depois de o Cumbre Vieja apresentar mais de 22 mil tremores no intervalo de uma semana. A última grande erupção ali havia ocorrido em 1971.