Um grupo de pelo menos 60 indígenas que comunidades isoladas do Acre participou de uma ação conjunta dos órgãos de saúde do estado e foram testados para a Covid-19. Os indígenas são de áreas isoladas, porém, estavam na capital acreana, Rio Branco, e fizeram os testes na Universidade Federal do Acre (Ufac).
Conforme informações da Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre), nenhum dos testes teve resultado positivo. A ação ocorreu no último dia 30 de agosto e foi divulgado o balanço nesse sábado (4). Também não foi informada a qual etnia pertencem os indígenas, nem o município.
Conforme dados divulgados pela Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-AC), os casos confirmados do novo coronavírus entre os indígenas do Acre chegaram a 2.596, até o dia 27 de julho, última data de atualização dos dados que eram divulgados semanalmente.
Ao todo, no estado, são 14 povos atingidos com casos de Covid-19. De acordo com os dados, 33 indígenas morreram vítimas da doença. Dos casos registrados de contaminação, 1.326 são de indígenas que vivem em terras indígenas e outros 1.270 entre os que vivem nos municípios.
O boletim é divulgado pela CPI-AC e Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (Amaaiac), Organização dos Professores Indígenas do Acre, com informações das lideranças e organizações indígenas, Dseis Juruá e Purus e Sesacre.
O documento aponta ainda que entre os povos atingidos estão: Puyanawa; Jaminawa; Jaminawa Arara; Manxineru; Huni Kui (Kaxinawa); Madijá (Kulina); Shawãdawa (Arara); Shanenawa; Yawanawa; Nikini; Nawa; Noke Ko í (Katukina); Apolima Arara e Ashaninka.
Os testes foram realizados fruto de parceria entre a Fundação Hospital do Acre (Fundhacre), Centro de Infectologia Charles Mérieux, o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) e a Universidade Federal do Acre (Ufac).