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Ministro da Saúde diz que Brasil tem “excesso de vacinas”

Embora diversas cidades brasileiras tenham registrado falta de doses da AstraZeneca nos últimos dias, após uma interrupção nas entregas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira (15) que o País tem “excesso de vacinas”. Ele também fez elogios ao seu antecessor na pasta, Eduardo Pazuello.
“Há excesso de vacinas, na realidade. O Brasil já distribuiu 260 milhões de doses de vacinas, 210 milhões já foram aplicadas”, disse Queiroga em evento no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O ministro acompanhava o envio das vacinas restantes para imunizar 100% da população adulta brasileira com a primeira dose. “Precisa acabar com essas narrativas de falta de vacina, isso não é procedente”, acrescentou.


Contudo, a suspensão por 15 dias das entregas da Fiocruz, que tem parceria com a AstraZeneca no Brasil, deixou cidades de São Paulo e Rio de Janeiro sem imunizantes para honrar o calendário de aplicação da segunda dose. As entregas já foram retomadas pela entidade.


Ainda assim, o fato foi minimizado por Queiroga nesta quarta-feira, que chamou a campanha de vacinação no Brasil de sucesso. “Não tem problema de AstraZeneca nenhum”, atestou, no evento. “Eventualmente, pode haver algum retardo”, ponderou, em seguida.


Como mostrou o Estadão/Broadcast Político, o Estado de São Paulo decidiu aplicar Pfizer em quem estava com a segunda dose de AstraZeneca atrasada, na tentativa de cumprir os prazos da campanha de vacinação. A decisão, tomada de forma autônoma, foi novamente criticada por Queiroga.


“As recomendações técnicas (do Programa Nacional de Imunizações) devem ser seguidas por todos os entes federados. Se todos trabalharmos juntos, pararmos com essa torre de babel vacinal, nos livramos mais rápido dessa pandemia”, declarou.


Ao lado do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do ministro das Comunicações, Fábio Faria, o ministro da Saúde ainda teceu elogios a Eduardo Pazuello, que o antecedeu na pasta. “Gostaria de destacar a participação do meu ilustre antecessor, Eduardo Pazuello, que fez a grande maioria desses contratos para aquisição dessas doses”, declarou Queiroga.


Entretanto, a gestão Pazuello foi marcada pela demora nas negociações de imunizantes para vencer a pandemia, fato apurado pela Comissão Parlamentar Inquérito (CPI) da Covid. O gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou em depoimento ao colegiado que o governo federal atrasou as tratativas.


Ainda durante o evento em Guarulhos, Queiroga voltou a dizer que a vacinação contra a covid-19 não será obrigatória no Brasil e manteve sua resistência em utilizar a CoronaVac nas doses de reforço para idosos e imunossuprimidos, como acontece em São Paulo à revelia do Ministério da Saúde. “Já estamos fazendo a dose de reforço, ou adicional, porque sabemos, sobretudo, que aquele agente imunizante usado no começo da campanha, com vírus inativado, tem baixa efetividade”.


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