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Justiça mantém prisão de grupo acusado de chacina contra família boliviana na fronteira do AC

Seis acusados estão presos pelo crime bárbaro. Na mesma decisão, juiz determinou que seja marcada a audiência de instrução e julgamento do processo.

Família boliviana foi executada a tiros após pai flagrar acreano estuprando menina de 14 anos
Os seis brasileiros envolvidos no crime bárbaro contra uma família boliviana na fronteira do Acre tiveram as prisões mantidas. A decisão é do juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Alesson Braz.
O crime ocorreu no último dia 13 de setembro próximo das cidades acreanas de Acrelândia e Plácido de Castro, na região de fronteira com a Bolívia. Uma mulher boliviana e os dois filhos foram mortos a tiros depois que a filha de 14 anos foi estuprada por um acreano.
Ao reavaliar a prisão preventiva dos seis acusados, o magistrado entendeu que não há novos fatos no processo que possibilitem a revogação da prisão. O juiz também levou em consideração o grau de periculosidade dos réus.
Entre os acusados estão Gean Carlos Alves da Silva, José Francisco Mendes de Sousa, Geane Nascimento da Silva, Gean Carlos Nascimento da Silva, Gilvan Nascimento da Silva e Luciano Silva de Oliveira. Todos da mesma família.
O sétimo acusado, Gilvani Nascimento da Silva, de 19 anos, que teria sido o pivô de toda confusão que terminou em tragédia, foi assassinado a tiros no último dia 6 de abril, em Rio Branco. Na mesma decisão, o juiz Alesson Braz declarou extinta a punibilidade contra Silva.
Ainda na decisão, o magistrado determinou que seja marcada a audiência de instrução e julgamento do processo.


Em novembro do ano passado, o grupo tinha sido denunciado pela promotoria de Acrelândia, no interior do estado. Mas, por se tratar de um crime cometido por brasileiros na fronteira, o caso foi remetido para a capital e tramita na 2ª Vara do Tribunal do Júri.
A nova denúncia foi feita no último dia 3 de maio deste ano e aceita pelo juiz Alesson Braz no dia 6 de maio. Ainda não há audiência marcada.
O G1 tentou contato com o Tribunal de Justiça para saber mais detalhes sobre o andamento do processo. No entanto, como está em segredo de Justiça, o órgão não comentou o caso. A reportagem também não conseguiu contato com os advogados dos denunciados.
O inquérito policial foi concluído no dia 7 de outubro do ano passado. Em dezembro, a promotora responsável pelo caso, na época, em Acrelândia, Bianca Bernardes Moraes, confirmou que todos os sete tinham sido denunciados e aguardavam audiência.
Na época, ela informou ainda que o adolescente apreendido suspeito de participação no crime já tinha sido representado, julgado e condenado. No entanto, Bianca não informou o tempo de condenação do menor e nem por qual crime.
Inicialmente, as sete pessoas [incluindo o que foi morto] foram denunciadas pelos crimes de triplo homicídio qualificado, corrupção de menor, ocultação de cadáver, estupro, homicídio tentado, posse ilegal de arma de fogo e por integrarem organização criminosa. Desta vez, o G1 não conseguiu confirmar por quais crimes eles foram denunciados.
Os seis acusados estão presos no Complexo Penitenciário de Rio Branco. O último foi preso no dia 30 de dezembro de 2020 na cidade de Acrelândia. Mas, a prisão só foi confirmada pela Polícia Civil no início de fevereiro desse ano. O adolescente condenado por participação no crime do crime está apreendido em um centro socioeducativo de Rio Branco.
Corpos foram achados na propriedade da família boliviana na área de fronteira
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 13 de setembro do ano passado, na área de fronteira entre o Acre e a Bolívia, depois que o pai de uma adolescente de 14 anos flagrou um acreano estuprando a filha e decidiu amarrá-lo para chamar a polícia.
Suspeitos de matar família boliviana após estupro de adolescente eram amigos das vítimas
Parentes do suspeito de estupro, então, apareceram e atacaram a família boliviana em sua propriedade. Após atirar contra a família (mãe e dois filhos morreram), os suspeitos ainda queimaram a casa. A adolescente que foi estuprada também foi baleada, mas sobreviveu após ser socorrida.
Adolescente e pai ficaram em abrigo
A adolescente boliviana que viu a mãe e os dois irmãos serem mortos e também levou tiros chegou a ficar em um abrigo no Acre com o pai, após receber alta médica do hospital.
Eles eram acompanhados por uma equipe do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância, Educação e Execução de Medidas Socioeducativas (Caop) do Ministério Público do Acre. Em dezembro do ano passado, pai e filha voltaram para a Bolívia.
A menina levou quatro tiros no ataque e ficou internada em Rio Branco por 40 dias. Ela teve alta médica no dia 23 de outubro, após passar por três cirurgias, no braço e no maxilar.


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