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Indígenas do Acre se apresentam com Alok em festival internacional de música: ‘transmitindo aquilo que a mãe natureza nos ordena’

Indígenas do Acre, das etnias Yawanawá e Huni Kui, se apresentaram ao lado do DJ Alok no Global Citizen Live no último sábado (25). A performance foi transmitida direto da Amazônia e mostrou o trabalho que o artista tem feito ao lado dos povos indígenas nos últimos meses.


Imerso nas raízes sonoras de povos originários brasileiros, Alok produz o primeiro álbum autoral de sua carreira. Todo o processo de criação está sendo registrado e, segundo o DJ publicou em suas redes sociais, vai se tornar uma série documental.


Durante o festival de sábado, cerca de três canções do novo álbum “O futuro é ancestral” foram apresentadas. Segundo o cantor, o trabalho completo deve ser lançado no próximo ano com o documentário, onde os protagonistas são os povos indígenas.


O cacique e líder espirtual Mapu Huni Kuî é um dos indígenas acreanos que participam do projeto do DJ. Músico, ativista, articulador político do seu povo e coordenador do Centro Huwã Karu Yuxibu em Rio Branco, o cacique diz que essa é uma oportunidade de transmitir ao mundo a mensagem da natureza.


“Está sendo um processo muito importante, primeiro que estamos tendo oportunidade de falar com o mundo através da rede dele. Estamos simplesmente transmitindo aquilo que a mãe natureza nos ordena. É muito importante para o povo Huni Kui porque, de certa forma, é nossa identidade, nossa origem, nossa realidade que o povo está vendo, nosso conhecimento e o nosso valor. Hoje o meu povo está sendo contemplado para que o mundo possa conhecer que existe esse povo que se preocupa com o bem da humanidade, por uma vida melhor, saúde de qualidade, reintegração da natureza com o ser humano”, disse o indígena.


A ideia da apresentação foi mostrar que é através dos cantos indígenas que se pode ouvir o que a floresta tem a dizer.


“Há sete anos eu estava em busca de inspiração, então fiz uma longa viagem até a aldeia Yawanawá, na Amazônia. Chegando lá, passei a ressignificar muitos valores na minha vida, inclusive a forma como eu lidava com a natureza e com a música. Lá, aprendi que os cantos indígenas são cantos ancestrais da florestas. Vivemos um momento urgente no planeta com todas as mudanças climáticas e é preciso preservar a floresta e a melhor forma de fazer isso é ouvindo o que ela tem a dizer”, disse o artista no clipe apresentado no festival.


A edição “Global Citizen Live” (GCL) foi organizado por Hugh Evans, um australiano conhecido no mundo da filantropia, segundo o jornal New York Times.


A Global Citizen pretende convocar “os governos, grandes empresas e os filantropos para que trabalhem juntos na defesa do planeta e para vencer a pobreza, concentrando-se nas ameaças mais urgentes”.


Projeto anterior

O interesse de Alok pelos povos indígenas não é de hoje. Antes desse projeto, o DJ lançou em 2015 uma música composta por sons de rituais indígenas. Na época, ele chegou a ficar três dias na Aldeia Mutum, em Tarauacá, com os povos da etnia Yawanawá.


Foram seis pessoas da equipe do DJ para capturar a experiência em meio à floresta amazônica. De acordo com o artista na época, a ideia de visitar a aldeia surgiu de uma empresa que já havia feito um trabalho na tribo.


Ainda dessa experiência, o artista lançou, em 2016, o minidocumentário “Yawanawá – A força”, publicado em plataformas digitais. A produção, de 21 minutos, mostra o encontro do artista com a etnia Yawanawá.


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