Laiane Vandressa Souza, 28 anos, tem corrido contra o tempo em busca de resposta do TFD para poder ter o filho em outro estado. Com 28 semanas de gestação, em uma ultrassonografia de rotina, a mãe do Yan Vinícius, que nem chegou a nascer, mas já luta pela vida, descobriu que o filho se desenvolveu com uma malformação chamada Onfalocele.
“Fui orientada a realizar mais exames para saber se ele tinha mais alguma coisa e foi detectado que ele tem cardiopatia. Por ser um problema complexo a médica disse que ele não podia nascer aqui e que eu deveria viajar o quanto antes”, conta a mãe.
Segundo Laiane, diante do diagnóstico e sabendo que o Estado não dispõe de tecnologia para atender seu filho deu entrada no TFD, realizando ainda uma campanha para arrecadar recursos para se manter fora de sua cidade. “Estou com mais de 34 semanas e posso entrar em trabalho de parto a qualquer momento e sei que meu filho não sobreviverá se nascer aqui. Eu só quero que meu filho tenha uma chance de viver”, relata emocionada.
De acordo com a mãe, o setor de regulação da Secretaria de Saúde diz que está buscando em hospitais de São Paulo e Brasília, porém eles se negam a pegar o caso por ser muito complexo. “Dizem que é um caso difícil, mas outras mães, que souberam do meu caso pelas redes sociais, entraram em contato comigo relatando seus casos e que conseguiram justo nos hospitais que, segundo a Sesacre, estão se recusando. Eu já não sei o que fazer, ligo todos os dias na regulação, pesquiso e ainda dou sugestões de hospitais, mas até agora nada”.
Ela ainda procurou a Defensoria Pública, que respondeu via WhatsApp:
“Senhora, Laiane sobre o seu caso o Estado não deu certeza de agendar o procedimento cirúrgico, apesar de ser um procedimento de urgência, a Sesacre estar aguardando o TFD encontrar algum outro estado que possa lhe atender após o parto, mas infelizmente não temos como saber quando teremos outra resposta sobre o seu pedido de tratamento fora de domicílio, pois pode ocorrer que amanhã apareça ou demore mês e mês até ser assistida. Dessa forma, sugerirmos que a senhora providencie outros documentos para entrarmos com ação judicial, pois caso tenha interesse solicitamos agora pela via judicial o seu tratamento.”
“Me pediram orçamentos de hospitais, coisa que não é fácil de conseguir, eu já não sei o que faço. Estou vendo os dias se passarem e não obtenho resposta. Quem se responsabilizará, caso meu filho venha a nascer aqui e não sobreviva?”, questiona Vandressa.
Entramos em contato com Ana Cristiana, que trabalha na regulação da Sesacre que nos respondeu:
“Estamos buscando a vaga fora do Estado com a ajuda do Ministério da Saúde. Já enviamos para várias unidades que negaram receber a paciente. Continuamos em tratativas.
Não temos autonomia sobre hospitais de outros Estados. Mas seguimos com o apoio do MS (Ministério da Saúde)”.
Diante da situação Laiane diz que chega a perder as esperanças. “Tem dias que só sei chorar. A cada resposta negativa, perco as esperanças por um momento, mas sigo com fé”, finaliza a mãe.