Antes de virar o “Rei do Camarote”, Rodrigo Guimarães, preso nesta quarta-feira (15) em sua residência na avenida Brasil, bairro Xavier Maia, em Rio Branco, durante a Operação Carga Prensada, deflagrada pela Polícia Federal, foi vendedor de perfume e consórcio.
Rodrigo usava suas redes sociais para divulgar seus rendimentos com produtos online e publicava venda de imóveis na internet, mas em um ano, entre meados de 2020 e 2021, sua vida experimentou uma ascensão financeira meteórica. Nesse período ele comprou uma BMW avaliada em cerca de um milhão. Isso chamou a atenção dos investigadores da Polícia Federal. Quando começou a ter sua vida investigada, ele sequer tinha carro.
Em sua conta no Instagram, Guimarães faz jus ao apelido “Rei do Camarote”. Ele faz questão de ostentar uma vida cheia de luxo.
Em uma publicação do dia 4 de junho de 2020 no Facebook, Rodrigo afirma que as pessoas perguntavam-lhe como conseguir uma renda média de R$ 10 mil “sem sair de casa” e ele respondia que o impulsionamento de sua renda se devia a treinamentos em marketing digital na internet.
Segundo a PF, porém, os bens do “Rei do Camarote” foram adquiridos através de atividades ilícitas. Ele integrava uma quadrilha que atuava no comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de capitais, falsidade ideológica e tráfico de drogas.
A operação Carga Prensada foi deflagrada nos estados de Rondônia, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. 270 policiais cumpriram 45 mandados de prisão e 63 mandados de busca e apreensão.
A PF sequestrou 150 veículos, vários deles de luxo, pertencentes a uma organização criminosa com forte atuação no tráfico de drogas.
A Justiça autorizou o sequestro de aeronave, uma lancha e imóveis de propriedade da organização. Segundo investigação da PF, os criminosos faziam o envio de grandes quantidades de cocaína de Rondônia para diversos outros estados.
“Ao mesmo tempo, o grupo realizava a aquisição de cargas de maconha do Mato Grosso do Sul para serem distribuídas nos estados de Rondônia e Acre”, diz a PF.
Desde o início da investigação, no final de 2019, mais de 2,5 toneladas de drogas foram apreendidas pelas polícias.