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Campanha atinge meta para plebiscito sobre maconha na Itália

Uma semana após seu lançamento, a coleta de assinaturas para convocar um plebiscito sobre a descriminalização do cultivo e consumo de maconha na Itália atingiu a meta de 500 mil signatários neste sábado (18).
A iniciativa, criada por um grupo de partidos e associações da Itália, precisava reunir o apoio de 500 mil cidadãos até o fim de setembro para forçar a realização de uma consulta popular na primavera de 2022.
Esta é a primeira vez que a coleta de assinaturas italianas é realizada inteiramente online, no site referendumcannabis.it.
Apesar de atingir a meta, os organizadores fizeram um apelo para conseguir 15% a mais de assinaturas por segurança.
“Este é um resultado extraordinário mas não surpreendente.
Durante muito tempo foi necessária uma intervenção sobre o tema da maconha e com a assinatura digital em poucos dias o tema explodiu”, explicam os promotores do plebiscito.
Para o grupo, “a velocidade da mobilização confirma o desejo para a mudança sobre a maconha, mas também para a participação nas decisões sobre assuntos que afetam as pessoas diretamente”.
“Agora, porém, precisamos coletar mais 15% de assinaturas para ter certeza de poder entregar o referendo à Corte em 30 de setembro”, acrescentaram.
O comitê ainda pediu desculpas pela lentidão no portal devido ao grande afluxo de assinaturas coletadas. Em uma semana, o grupo de partidos e associações da Itália também conseguiu arrecadar 145 mil euros dos cerca de 500 mil necessários. Cada assinatura digital tem um custo de 1,05 euro.
A campanha é organizada por associações contra o proibicionismo e conta com o apoio dos partidos Radicais Italianos, de orientação libertária, Mais Europa, de centro, e Possível, de esquerda.
De acordo com os organizadores, “existem 6 milhões de usuários de maconha na Itália, incluindo muitos pacientes deixados sozinhos pelo Estado na impossibilidade de receber tratamentos [à base de cannabis]. Esses italianos têm apenas duas opções: financiar o mercado criminal ou cultivar maconha em casa, arriscando até seis anos de prisão”.
A meta é atingida cerca de 10 dias depois da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados da Itália aprovar o texto-base de um projeto de lei que descriminaliza o cultivo caseiro de até quatro plantas de maconha, mas a iniciativa ainda precisa passar pelo plenário e depois pelo Senado, onde deve enfrentar resistência de partidos conservadores.


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