O Democratas deliberou favorável à fusão, que se dará em outubro, com o PSL. O deputado federal Alan Rick, maior liderança do DEM no Acre e preferido do eleitorado para disputar a vaga de senador na chapa do governador Gladson Cameli (PP), falou ao acjornal quando deixava a reunião da executiva nacional, na noite desta terça-feira, em Brasília. E respondeu sobre sua relação com o senador Márcio Bittar, que deixará o MDB para assumir a legenda do ex-presidente Bolsonaro e insiste em emplacar a ex-mulher, Márcia, candidata a senadora.
Enquanto Bittar faz a opção pela imposição, inclusive prometendo fundos aos prefeitos em troca de apoio ao filho (para deputado estadual) e à ex-mulher, Alan Rick prega a prudência, o bom senso e o respeito ao interesse das famílias brasileiras. A relação entre eles é boa, mas, de acordo com o deputado, há critérios que devem ser considerados definição de lideranças e candidaturas pela nova legenda. Veja abaixo o que disse o deputado:
acjornal – A fusão é uma tendência?
Alan Rick – Eu creio que a fusão será o caminho de outros partidos no Brasil. Cada vez mais devemos buscar a redução das legendas de aluguel, que servem de trampolim para quem não tem interesse em ajudar as famílias brasileiras. É preciso construir partidos com direções fortes.
acjornal – Lhe agradou o desempenho do DEM em 2020?
Alan Rick – No Acre, o DEM tem um time bom, elegeu 18 vereadores em 2020, foi o partido que mais cresceu proporcionalmente. Não tivemos fundo de financiamento de campanha. Eu votei contra em 2018, por obediência e lealdade ao partido, que se manifestou contra também. Ainda assim, saímos fortalecidos, pois já tínhamos um deputado federal, eu, e mais um deputado estadual. Com recursos financeiros, certamente, teríamos alcançado números ainda maiores.
acjornal – Como será a relação com o PSL no Acre?
Alan Rick – O PSL tem um vereador e um deputado estadual. Notoriamente, acredito que o comando nos estados atenderá critérios objetivos. Tenho uma boa relação com o Márcio (Bittar), e tudo deve passar por entendimentos, sem desmerecer ninguém. Creio que deve pesar na balança o que dizem as pesquisas, a viabilidade eleitoral de cada um e como a população enxerga cada candidatura. Tem tudo para ser um fusão pacífica, respeitosa e consensual com o PSL no Acre. Sou muito amigo do Luciano Bivar, com quem tenho relação de amizade forte.
acjornal – O que achou da fala do presidente do PSL, para quem o senador Bittar vai liderar o grupo após a fusão?
Alan Rick – As lideranças do PSL no Acre devem ter maturidade para compreender esse momento. Uma fala errada pode provocar uma certa divisão, o que não é adequado para este momento. O PSL deve ser liderado pelo senador Márcio Bittar, mas o novo partido da fusão, aí, sim, devemos construir juntos. Repito: é preciso equilíbrio, consenso, pensando em como melhorar a vida das pessoas. Não é só poder. Se fosse assim eu ja teria abandonado a política há muito tempo. Isso é regra de Deus. Não queremos ser muros, mas pontes para o entendimento. Não tem nada decidido sobre lideranças no Acre. Nem comigo, nem com o Bittar. Não sabemos quem será candidato. Estamos no início de uma conversa. Um abraço!